A poeira que cobre a Lua é constantemente banhada pela radiação do sol, uma exposição que lhe dá carga elétrica, tornando-a muito pegajosa. Também possui uma estrutura diferente, sendo irregular e abrasiva, “como cacos de vidro”. Agarra-se a todos os tipos de superfícies - fatos espaciais, capacetes, painéis solares e pode, inclusive, danificar equipamentos.
Tais caraterísticas fazem da poeira lunar, também chamada de rególito, um dos grandes obstáculos à futura possibilidade de colonização do satélite natural da Terra e é por isso que há investigadores apostados em arranjar uma solução de “limpeza a fundo”.
Uma equipa liderada pela Universidade do Colorado em Boulder desenvolveu uma tecnologia de remoção que assenta num feixe de eletrões, ou seja, no disparo de um fluxo concentrado (e seguro) de partículas de baixa energia carregadas negativamente.
Os testes da solução proposta, cujos resultados foram recentemente publicados no jornal Acta Astronautica, envolveram apontar a uma variedade de superfícies sujas dentro de uma câmara de vácuo, conseguindo-se que a poeira voasse.
Os cientistas avisam que ainda há um longo caminho a percorrer até que os astronautas possam utilizar a nova tecnologia para fazerem a “limpeza diária” da Lua. De qualquer forma, as primeiras conclusões sugerem que os “espanadores” por feixe de eletrões podem vir a ser um acessório comum nas bases lunares num futuro não muito distante.
Escreve a Universidade do Colorado em Boulder que tal noticia será música para os ouvidos de muitos astronautas da era Apollo. É que vários desses pioneiros espaciais reclamaram da poeira lunar, que muitas vezes resiste a tentativas de limpeza, mesmo após escovação vigorosa. Harrison "Jack" Schmitt, que visitou a lua como membro da Apollo 17, em 1972, desenvolveu uma reação alérgica ao material, que além disso cheirava a "pólvora gasta".
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