Já se assinalaram os 100 dias da guerra na Ucrânia e não há fim à vista para o conflito. O tema tem mantido a atenção mundial, mas os dados também mostram que, com o passar do tempo, o impacto mediático da guerra tem vindo a diminuir.
Dados recolhidos pela NewsWhip para o site Axios, entre a primeira semana da guerra e a última semana de maio, revelam uma diminuição de 22 vezes no número de interações em redes sociais associadas a artigos sobre a guerra, entre gostos, partilhas e comentários. A variação é de 109 milhões para 4,8 milhões de interações.
A redução reflete também uma diminuição no número de artigos publicados sobre o assunto, de 250 mil na primeira semana da invasão da Rússia à Ucrânia, para 70 mil na semana passada, refere aquela fonte.
Por comparação, a análise refere que entre abril e maio, num período de seis semanas, as notícias sobre o julgamento do caso que opunha o ator Johnny Depp e a sua ex-mulher, Amber Heard, conseguiram atrair seis vezes mais atenção que a guerra na Ucrânia.
O Google Trends revela a mesma tendência de descida, nas pesquisas relacionadas com o tema “Ucrânia”, tanto a nível global, como a nível nacional. Nos dados para Portugal, e pesquisando pelo termo em inglês, é possível ainda perceber que a região do país onde são realizadas mais pesquisas sobre o tema é o Algarve e que os tópicos relacionados mais pesquisados são, neste momento, guerra no Donbass e notícias sobre o conflito.
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Em declarações recentes à Axios, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, sublinhou a importância da atenção mediática, para manter a pressão sobre os líderes mundiais. O responsável admitiu os receios de que o tema comece a entrar na rotina e que outras histórias tomem a atenção que a Ucrânia tem merecido nos últimos meses.
Como também tinha sublinhado o repto da primeira-dama do país, Olena Zelenska, em declarações à ABC News, num apelo aos cidadãos dos Estados Unidos: "não se habituem a esta guerra. (...) Caso contrário, arriscamo-nos a uma guerra sem fim (...) Não se habituem à nossa dor".
Volodymyr Zelensky tem feito todos os esforços para isso não aconteça e tem sido exímio a usar os media para atrair atenção para o tema, desbobranço-se em entrevistas, discursos em parlamentos estrangeiros, convites a chefes de Estado para visitar o país e constantes mensagens em redes sociais. Toda uma máquina por trás de si, tem criado condições para que imagens e vídeos da destruição da Ucrânia e dos crimes de guerra praticados durante o conflito corram mundo.
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