O Falcon Heavy tornou-se esta terça-feira num dos foguetões mais poderosos de sempre a chegar ao espaço. O voo inaugural terminou com uma aterragem imaculada dos propulsores laterais e a euforia no quartel-general da Space X foi impossível de esconder. "Estou sem palavras", dizia uma das apresentadoras da transmissão em direto, enquanto os gritos e as gargalhadas das centenas de colaboradores ecoavam pelo lobby que servia de pano de fundo à sala de controlo.
A aterragem do propulsor central, que devia ter acontecido numa plataforma estrategicamente colocada em alto-mar, não foi, no entanto, confirmada. Durante a transmissão do teste, a empresa perdeu o contacto com a câmara que transmitia as imagens deste bloco e, pela altura do fecho deste artigo, não foi emitido qualquer comunicado que confirmasse o destino deste terceiro propulsor.
A nave espacial descolou do Kennedy Space Center, na Florida, e não sofreu qualquer percalço durante todo o processo, embora a própria Space X apresentasse algum cepticismo na véspera do lançamento. De acordo com a empresa norte-americana, para além de não ser uma garantia, as hipóteses de sucesso à primeira tentativa roçavam apenas os 50%.
Com esta estreia, a Space X reúne agora mais um argumento de peso para se manter na primeira linha da indústria privada da exploração espacial. O Falcon Heavy é o foguetão com mais capacidade de carga da atualidade, sendo capaz de transportar 64 toneladas até à órbita terrestre. O número representa mais de o dobro da capacidade do segundo maior foguetão do mundo, o Delta IV Heavy.
O argumento que mais poderá atrair futuros clientes é o preço desta operação, que, com a Space X, se fica pelos 90 milhões de dólares. Um lançamento com recurso ao Delta IV Heavy custa quase o quádruplo: 350 milhões de dólares.
Nesta viagem de teste, a carga era simbólica. A bordo do Falcon Heavy seguiu um velho modelo desportivo da Tesla que tem agora como destino uma linha elíptica que orbita em torno do Sol e passa junto do planeta Marte. Ao volante segue um manequim, enquanto o rádio toca a Space Oddity, de David Bowie. No painel lêem-se palavras de tranquilidade: "Don't Panic" (não entres em pânico).
Para subir ao espaço, o Falcon Heavy contou com o poder de três propulsores e 27 motores, o equivalente ao poder de fogo de três foguetões Falcon 9.
Com o sucesso deste teste, a Space X vai poder conduzir a primeira viagem comercial para uma operadora de telecomunicações da Arábia Saudita ainda durante o primeiro semestre de 2018. O serviço vai consistir no lançamento de um satélite de comunicações de grandes dimensões.
A viagem continua agora a bordo do Tesla, onde o Starman conduz no infinito.
Nota de Redação: A notícia foi editada para acrescentar informações relacionadas com aterragem do propulsor central do Falcon Heavy.
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