As entregas com drones são uma promessa para o futuro com muitos passos concretizados no presente. Vários projetos mostram que a tecnologia está pronta para ser usada em maior escala e algumas soluções já têm um papel importante. Há soluções a assegurar entregas em zonas remotas e distantes, que conseguiram revelar-se muito mais eficientes e baratas que canais de comunicação mais tradicionais. As maiores empresas de retalho e distribuição têm vindo a realizar pilotos para muitos outros cenários. Assim que a (falta de) regulação deixar de ser um entrave é de esperar que muitas soluções deste género ganhem escala.
É para isso que tem vindo a preparar-se a Wing, uma subsidiária da Alphabet, dona da Google, já com vários milhares de entregas feitas, a partir de um sistema que apresentou oficialmente em março e que anda agora em roadshow, para mostrar o que vale.
Na plataforma da Wing o drone não é o mais importante. O grande diferenciador que a empresa acredita ter é a simplicidade do processo de recolha associado, que não exige intervenção humana “em direto”, assim como a facilidade de instalação, o baixo custo dos pontos de recolha e o conceito de operação em rede.
Veja na galeria imagens do Wing:
Um pouco como um drive thru, a plataforma da Wing tem um ponto de recolha dos produtos comprados, onde o funcionário da loja deve depositar a caixa, reciclável e à prova de água, do produto adquirido. Mal o faça, pode seguir caminho porque o drone pode fazer a recolha sem apoio humano e a caixa fica em segurança na plataforma.
Quando vai fazer esta recolha, o drone é guiado por uma espécie de antenas em v sobre a base da estação de recolha - a novidade mais recente da plataforma. Esta “autoloader” foi desenhada para ajudar a dirigir e posicionar uma corda que desce do drone, com o acessório que vai encaixar no pacote e fazer subir a encomenda.
Este não é o único serviço a tratar deste processo de forma autónoma, aqui o que se destaca é de facto a simplicidade do ponto de recolha onde isso se faz. O autoloader é uma peça única, que não se movimenta e que só tem “inteligência” mecânica.
A Wing acredita que a solução tem tudo para vingar no futuro devido à autonomia e facilidade do processo. Na demonstração realizada em Palo Alto, nos Estados Unidos, relatada por vários meios, bastaram três lugares num parque de estacionamento para fixar um e o sistema não exige que o drone se aproxime do solo.
Para além disso, toda a plataforma foi pensada para trabalhar com drones que, não tendo muita autonomia, podem funcionar em rede, tendo como elo de ligação diferentes parques de estação de carregamento e pontos de recolha, amplificando rapidamente a cobertura do serviço. Tudo com pouca intervenção humana.
Os serviços da Wing já estão a funcionar, ainda que não à escala que a empresa quer atingir, a partir do próximo ano. Até agora, fizeram 340 mil entregas na Austrália, Finlândia, Virginia e no Texas, adiantou a empresa à News.com.
Para já os drones que fazem as entregas da Wing conseguem carregar caixas com um peso até 1,5 kg. São feitos sobretudo de espuma e pesam à volta de 5 kg. A empresa planeia fazer evoluir o modelo para uma solução que consiga carregar pacotes mais pesados.
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