A 12 de agosto de 2005 a Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) partia com destino a Marte. Meses mais tarde, a 10 de março de 2006, a sonda entrou na órbita do Planeta Vermelho e, desde então, tem ajudado os cientistas a perceber melhor o que se passa em terras marcianas.
Além de estudar a atmosfera do planeta e registar os fenómenos que se passam à sua superfície, a MRO é também conhecida pelas suas fotografias. Para assinalar a sua presença de quase 15 anos em Marte, a NASA decidiu compilar as imagens mais impressionantes que foram captadas pela sonda.
Clique na galeria para conhecer as imagens captadas pela Mars Reconnaissance Orbiter
A agência espacial norte-americana explica que, além de conter múltiplos instrumentos científicos, a MRO dispõe de três câmaras. A MARSI, ou Mars Color Imager, tem uma lente “olho de peixe” que capta diariamente o que se passa no planeta.
Já a CTX, ou Context Camara, consegue tirar fotografias a preto e branco com uma amplitude de cerca de 30 quilómetros. As imagens registadas através da câmara permitem contextualizar as fotografias de alta resolução captadas pela HiRISE, ou High-Resolution Imaging Science Experiment.
Através da HiRISE é possível olhar de perto algumas das características mais emblemáticas de Marte. Ao longo da missão, a câmara já apanhou vários fenómenos: desde avalanches de areia a tempestades de pó de grandes dimensões.
A sonda até se “virou” de costas para Marte para que a câmara pudesse dar uma vista de olhos a Phobos, um dos dois satélites naturais do planeta. Ao todo, já tirou mais de 6 milhões de fotografias, gerando 194 terabytes de informação desde que entrou na órbita marciana.
Entre os fenómenos vistos pelos “olhos” da MRO está, por exemplo, o das megaripples, ou megaondulações. A descoberta foi o resultado de quase uma década de observações entre 2007 e 2016 e outrora julgava-se que as ondas gigantes de areia não estavam ativas.
Na equipa internacional de cientistas planetários que observou o fenómeno está David Vaz, do Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra (CITEUC). O investigador elucidou que se acreditava que as estruturas em questão seriam “«relíquias» da atividade de ventos mais fortes que terão existido no passado em Marte”.
“No entanto, as nossas observações são bastante conclusivas e contrariam esta visão, ou seja, as megaripples em Marte estão definitivamente ativas”, afirmou David Vaz. Foi necessário observar mais de um milhar destas estruturas sedimentares, através de imagens de alta resolução, obtidas HiRISE da MRO, em duas regiões de Marte: cratera McLaughlin e Nili Fossae. Durante uma década, as estruturas moveram-se cerca de um metro.
Mas não é tudo: ao sobrevoar o Planeta Vermelho, a MRO também acompanhou as aventuras dos rovers Curiosity e Opportunity à medida que exploravam os mistérios da superfície marciana. Se tudo correr como planeado, a sonda vai também dar uma “espreitadela” ao que o Perseverance vai fazer em Marte.
Recorde-se que o novo rover da NASA já está a caminho e começou a sua longa viagem de sete meses a 30 de julho, após um lançamento bem-sucedido a partir do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. O Perseverance chegará a Marte a 18 de fevereiro de 2021, aterrando na cratera de Jezero, onde terá existido um lago
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