Quase um ano depois do início da ofensiva militar lançada pela Rússia, a guerra na Ucrânia continua. As imagens captadas por satélites têm permitido acompanhar a evolução do conflito e, agora, uma nova imagem dá conta da expansão de um cemitério do Grupo Wagner na Rússia ao longo dos últimos meses.

Como avança o The New York Times, a imagem foi captada pelos satélites da Maxar Technologies a 24 de janeiro e mostra a presença de 170 sepulturas no cemitério utilizado pelo grupo de mercenários: um valor que representa um aumento de quase sete vezes em relação ao número de sepulturas que existiam no local em novembro.

Imagem de satélite mostra expansão de cemitério do grupo Wagner na Rússia
Imagem de satélite mostra expansão de cemitério do grupo Wagner na Rússia créditos: Maxar Technologies (via The New York Times)

O cemitério é um dos mais recentes elementos da infraestrutura do grupo de mercenários na Rússia. A localização do cemitério, perto de uma das principais zonas de treino do grupo na localidade de Molkin, foi tornada pública em dezembro do ano passado por Vitaly Wotanovsky, ativista russo e antigo membro da Força Aérea Russa.

Em declarações ao jornal, Vitaly Wotanovsky conta que, ao longo dos últimos meses, tem documentado casos de cidadãos russos que morreram durante o conflito na Ucrânia, fotografando um crescente número de lápides, partilhadas com o mundo através de um canal no Telegram.

Anteriormente, Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, já teria apontado para a existência do cemitério. De acordo com vídeos do grupo que circulam online, existirá também uma capela, localizada a mais de 12 quilómetros do cemitério, onde terão sido depositadas as cinzas de centenas de combatentes.

Além da imagem do cemitério do grupo Wagner, mais imagens captadas pelos satélites da Maxar Technologies, partilhadas pela BBC, demonstram a destruição causada pela guerra nas últimas semanas em Soledar.

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A cidade, no leste da Ucrânia, foi alvo de vários bombardeamentos, com o exército russo e o grupo Wagner a afirmarem, há cerca de duas semanas, que a tinham conquistado.

Na altura, a Ucrânia não reconheceu a tomada da cidade, indicando que os combates continuavam no local, no entanto, ainda hoje, Sergiy Cherevaty, porta-voz militar da zona leste, admitiu à AFP que "depois de meses de combates difíceis (...), as forças armadas ucranianas deixaram" a cidade para "se retirar", embora não detalhe quando ocorreu a retirada.

Recorde-se que, desde o início da ofensiva russa, a 24 de fevereiro do ano passado, que várias imagens de satélite têm permitido observar a destruição causada e a evolução da guerra no terreno, como pode ver na galeria que se segue.

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