O susto pregado pela administração Trump parece ter espicaçado a Xiaomi em tomar as rédeas do seu destino e a ficar cada vez menos dependente do fornecimento de terceiros. Foi com esse susto que surgiu a ideia de construir um automóvel elétrico e assim nasceu o Xiaomi SU7, seguindo-se a criação do sistema operativo HyperOS que foi lançado oficialmente em dezembro de 2023 e que tem chegado aos poucos aos seus equipamentos. Agora a empresa chinesa quer começar a produzir os seus próprios chips para alimentar equipamentos topo de gama.
Segundo avança o Gizchina, a fabricante vai utilizar a tecnologia N4P de 4 nm da TSMC, que diz ser conhecida por melhorar a performance dos equipamentos, ao mesmo tempo que reduz o consumo de energia. A técnica de 4 nm permite arrumar mais transístores no chip, aumentando a sua performance. Em termos comparativos, este processador equivale às capacidades do Snapdragon 8 Gen 1 da Qualcomm.
A Xiaomi ainda não oficializou a produção dos chips, mas as fugas de informação na China apontam para uma parceria com a Unisoc para desenvolver algumas das partes do chip, nomeadamente o modem 5G. Em paralelo, as duas empresas podem estar a trabalhar num chip 4G apontado para smartphones de gama de entrada, um segmento cada vez mais apetecível das fabricantes. O desafio é oferecer o máximo de tecnologia pelo menor preço possível dos equipamentos.
Esta não é a primeira vez que a Xiaomi tenta produzir o seu próprio chip. A primeira vez terá sido em 2017, a fabricante terá construído o processador Surge S1 para o segmento de média gama. Apesar de não ter expandido a tecnologia nas gerações seguintes, preferindo adotar os chips da Qualcomm e MediaTek, a tecnologia ainda é vista nos smartphones mais recentes. Por exemplo, o sistema Surge utiliza um chip no carregamento para uma vida útil mais longa à bateria do Xiaomi 13 pro.
A Xiaomi junta-se a uma tendência mais generalizada da indústria dos smartphones. Apesar dos chips da Qualcomm e MediaTek continuarem a ser utilizados na maioria dos modelos que chegam ao mercado, há espaço para as fabricantes lançarem os seus chips proprietários, como é o caso da Samsung, a Huawei e claro, a Apple que já há vários anos deixou de depender de terceiros.
Segundo as informações obtidas pela Gizchina, o novo chip da Xiaomi está previsto chegar nos seus smartphones da primeira metade de 2025. Mas a fabricante só deverá mesmo avançar se garantir que a sua proposta consegue ser mais barata, mas ao mesmo tempo com maior capacidade que as suas rivais. Modelos como a série Redmi poderá ser um tubo de ensaio da tecnologia, como tem sido até agora.
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