O Facebook lançou recentemente os novos óculos inteligentes Ray-Ban Stories, criados em parceria com a Essilor Luxottica. Após o lançamento, vieram à tona uma série de dúvidas acerca da privacidade dos utilizadores e de quem os rodeia, assim como sobre o que acontece a quem quebra as regras e, por exemplo, tapa a luz indicadora e começa a filmar, sem consentimento, as pessoas que estão à sua volta.
As preocupações chegaram à Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC na sigla em inglês), assim como à Garante, entidade responsável pela proteção de dados em Itália, que pediram à empresa liderada por Mark Zuckerberg para demonstrar se a luz LED indicadora incluída nos óculos é mesmo uma forma eficaz de alertar as pessoas em torno do utilizador para a possibilidade de estarem a ser filmadas ou fotografadas.
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A DPC começa por explicar que, embora seja do conhecimento geral que vários equipamentos, incluindo smartphones, podem captar imagens de outras pessoas, na vasta maioria dos casos, a câmara, assim como o dispositivo que está a ser usado são claramente visíveis por quem rodeia o utilizador.
“No caso dos óculos, há uma pequena luz indicadora que se acende quando se inicia uma gravação. Não foi comprovado à DPC nem à Garante que o Facebook realizou testes para garantir que a luz LED indicadora é um método eficaz de alertar outras pessoas”, detalha a entidade.
Assim, a DPC pede ao Facebook que “confirme e demonstre” a eficácia da luz LED indicadora e que leve a cabo uma campanha informativa que ajude o público a compreender como é que o novo produto pode trazer consequências negativas para a sua privacidade.
Para já, ainda não é claro se o Facebook chegou a contactar algum regulador europeu de privacidade durante o processo de desenvolvimento dos Ray-Ban Stories.
De acordo com Alex Himel, vice-presidente do departamento de realidade aumentada do Facebook Reality Labs, numa recente entrevista, a luz LED indicadora só foi adicionada depois da empresa ter consultado vários grupos de defesa da privacidade.
A sugestão foi deixada por Jeremy Greenberg, conselheiro legal do Future of Privacy Forum, um grupo parcialmente financiado pelo Facebook, que terá também sugerido a introdução de uma segunda forma de alertar quem está em redor do utilizador, uma vez que a primeira pode ser facilmente contornada.
À imprensa internacional, o Facebook deu a conhecer que está ciente da possibilidade de certas pessoas usarem os óculos para fins para os quais não foram concebidos. Para tentar mitigar o problema, a empresa liderada por Mark Zuckerberg indica que publicou um conjunto de recomendações acerca do uso responsável do equipamento.
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