A chegada do Verão requer uma vigilância reforçada dos incêndios florestais e uma equipa de investigadores está a testar uma nova forma de combate às chamas, através de drones com mangueiras.

Em declarações ao Jornal de Notícias, Domingos Xavier Viegas, diretor do Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais e investigador da Universidade de Coimbra, explica que os drones desenvolvidos contam com uma mangueira acoplada, com dois jatos de água, sendo abastecidos por uma viatura com autotanque.

Os equipamentos são capazes de levantar 100 quilogramas, e graças ao seu sistema de agulheta autoportante, permitem combater chamas a uma distância de 50 metros. Os drones foram também concebidos para largarem as mangueiras caso estas entrem em contacto com o fogo, saindo do local em questão.

Teste ao sistema de drones com mangueiras
Teste ao sistema de drones com mangueiras créditos: DR (Via Jornal de Notícias)

Embora a sua utilização tenha algumas limitações, em particular, no que toca à bateria, pois os drones têm uma autonomia de 10 minutos, Domingos Xavier Viegas afirma que os equipamentos permitem “apagar dezenas de metros de fogo”.

Drones da DJI preparam-se para salvar vidas em várias situações. Incêndios incluídos
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Durante os mais recentes testes ao sistema de drones, que decorreram a 29 de junho em Montemor-o-Velho, foram realizadas queimas controladas de pinheiros bravos e de eucaliptos. Apesar do cenário de teste, os ensaios permitiram chegar a uma conclusão preocupante: “o sinal de rádio caiu na ordem das 100 vezes,”, indica Rafael Caldeirinha, especialista em telecomunicações e docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria.

De acordo com o investigador, a situação pode “inviabilizar as comunicações do SIRESP”. Uma vez que os gases resultantes dos incêndios permanecem na atmosfera, com as temperaturas a chegar a situarem-se entre os 1.000 e os 1.500 graus, é formada uma “barreira” de resíduos queimados que impede a propagação de ondas eletromagnéticas.

Assim, a criação de meios alternativos que ajudem a mitigar o problema, como drones ou estações base móveis autoportantes, é fundamental. “Quem está a comandar tem de garantir que, onde quer que estejam os operacionais, há cobertura de comunicações”, enfatiza o especialista.