Ao longo dos anos a Google habituou os seus utilizadores a chamarem o seu sistema operativo por doces, como Donut, Cupcake ou KitKat, e desde que foi apresentada a nova versão, o Android Q, muito se especulou sobre qual seria a próxima guloseima. Mas a Google teve receio de diabetes e passou a numerar oficialmente cada geração do SO, e eis que chega finalmente o Android 10.
Os equipamentos compatíveis
A partir de hoje há um conjunto de smartphones que passam a receber o novo sistema operativo. Inicialmente contemplados em todos os modelos Pixel da Google, há outros dispositivos que podem atualizar o SO, como o Essential Phone, um smartphone com dois anos, mantendo-se em linha com as atualizações constantes que a fabricante faz. De um modo geral, as fabricantes são lentas a adaptar os seus equipamentos e a tornarem-se compatíveis com os novos sistemas operativos. A Xiaomi também lançou a atualização para o Redmi K20 Pro, tornando-o assim um dos primeiros a receber a atualização do Android.
As mais recentes alterações da Google ao sistema operativo visaram tornar o processo de compatibilidade mais simples e rápida para os produtores de hardware, de forma a atualizarem o núcleo do sistema. Devido a isso, muitas fabricantes foram envolvidas durante o processo de testes beta.
Outra fabricante que entrou no comboio do primeiro dia do Android 10 foi a OnePlus. A fabricante chinesa atualizou para já apenas dois modelos, o OnePlus 7 e o OnePlus 7 Pro, e neste caso, os utilizadores têm acesso ao OxygenOS, baseado em Android 10.
Obviamente que as restantes fabricantes deverão seguir-se, atualizando os seus dispositivos, e baseado no Google Beta Program, rapidamente será possível encontrar compatibilidade com o Asus Zenfone 5Z e Zenfone 6, o Huawei Mate 20 Pro, LG G8 ThinQ, todos os dispositivos Nokia Android One, Oppo Reno, Realme 3 Pro, Sony Xperia XZ3, entre outros modelos da Vivo e Xiaomi.
As novas funcionalidades que chegam na décima geração do Android
No blog do Android, a Google afirma que o novo sistema operativo foi construído com base em três pilares fundamentais. O primeiro é a integração de bases para acompanhar a evolução tecnológica, nomeadamente machine learning, 5G e smartphones dobráveis. O segundo ponto prende-se com a preocupação na segurança e privacidade, destacando quase 50 novidades em torno da proteção dos utilizadores e transparência. Por fim, o terceiro aspeto tem a preocupação de conseguir um melhor equilíbrio entre os indivíduos e a tecnologia, em plena era digital.
Entre a lista de funcionalidades, o destaque vai para o “dark mode” introduzido nativamente no sistema. Os utilizadores podem agora optar por colocar o ecrã negro ativo, o que significa que este será aplicado automaticamente às aplicações que suportem a funcionalidade. A navegação por gestos é também uma das funcionalidades mais faladas, libertando a área ocupada por menus e barras de acesso, para preencher melhor o espaço com a própria aplicação.
A privacidade e segurança, como referido, são preocupações essenciais da Google. Os utilizadores têm agora mais facilidade e controlo, tendo sido feitas melhorias na experiência de utilização para que facilmente restrinja o acesso das apps aos dados. E isso aplica-se aos dados de localização e scans de redes. Por outro lado, o Android 10 impede que apps que estejam a correr em background sejam lançadas para a frente, tomando a atenção dos utilizadores. Aliás o novo Focus Mode foi mesmo desenhado para evitar que os utilizadores se distraiam com certas apps. Há também controlos mais simples para as notificações.
Apesar de muitas novidades de encher o olho, algumas das mais importantes funcionalidades são invisíveis, como é o caso do Project Mainline, em que a Google introduz algumas atualizações críticas de segurança diretamente da Play Store, invés de esperar que as respetivas fabricantes dos smartphones ou operadoras de comunicação façam as respetivas correções. A considerar que esta funcionalidade apenas funciona em smartphones com Android 10 nativo, pois os dispositivos que fizerem a atualização do Android 9 não estão contemplados.
Uma novidade interessante chama-se Sound Amplifier, e tem como objetivo transformar aparelhos auditivos em auriculares Bluetooth, o que permite a utilizadores com deficiências auditivas utilizar os seus próprios dispositivos para ouvir música ou receber chamadas.
De ter em conta que algumas das funcionalidades anunciadas ainda não foram implementadas, outras ainda estão em testes beta. No quadro poderá ver um resumo de algumas das novidades do Android 10.
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