A harmonia entre a Humanidade e o Planeta Terra é a base de todo o ecossistema, sendo necessário respeitar a água, o ar, o solo e os recursos, mas também os animais e as plantas que dividem o planeta com o Homem, e por isso este ano o Dia da Terra 2019 tem como mote a necessidade de protegermos as espécies.
A data é assinalada desde 1970 e sempre a 22 de abril, e a promoção do equilíbrio, mas também o alerta para o rápido ritmo de extinção das espécies, é este ano divulgado por muitas entidades e associações, entre as quais a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, que no seu site faz a contabilização do impacto da Humanidade no Planeta, que tem vindo a sofrer com alterações climáticas, desmatamento, perda de habitat, tráfico e caça furtiva, agricultura insustentável, poluição e pesticidas, entre outros.
Se não pusermos fim a esta evolução, a extinção pode ser o legado mais duradouro da humanidade, como nota a associação referindo que desde 1970 o número e animais que vivem na Terra caiu 40%, tal como as populações marinhas e as espécies de aves, enquanto as populações animais nos ecossistemas de água doce reduziram-se em 75%, um número semelhante ao das populações de insectos.
Ceca de um quarto dos recifes de coral do mundo já sofreram danos irreversíveis e 75% dos recifes de corais do mundo estão em risco de stress às escalas local e global.
Estima-se que os seres humanos tenham impactado 83% da superfície terrestre, o que muitos afetou os ecossistemas, bem como as áreas em que espécies específicas de animais selvagens existiam.
Em Portugal a ZERO nota que está em em curso um investimento sem precedentes na elaboração ou revisão das listas e livros vermelhos para os vertebrados, invertebrados e para a flora, situação que melhorará muito o conhecimento que possuímos os valores naturais existentes. Mas alerta para o facto de continuamos com limitações para efetuar uma avaliação rigorosa do grau de ameaça que pende sobre as diversas espécies protegidas.
"Continuamos também sem uma cartografia dos habitats naturais e seminaturais que possibilite a criação das zonas especiais de conservação, registando-se um atraso de mais de 10 anos na elaboração de Planos de Gestão, o que leva a que não só exista neste momento uma situação de incumprimentos generalizado dos compromissos assumidos pela União Europeia, mas também se faça uma gestão sem suporte científico adequado", afirma a associação.
No site a ZERO aponta ainda a falta de estratégias políticas para o futuro. "Uma política pública sem objetivos estabelecidos para a conservação das espécies, onde sobressai a ausência de definição e implementação de planos de ação, o acumular de legislação por publicar, como a que possibilitará atuar de forma mais eficaz ao nível da introdução e no controle das espécies vegetais e animais exóticas invasoras, bem como um plano de investimentos públicos para 2030 que, nos moldes apresentados, trará impactes sobre a biodiversidade, com mais regadio e monoculturas vegetais, criação de obstáculos que impedem a migração das espécies nos rios, exploração de minérios a céu aberto, aumento de tráfego marítimo com aumentos da capacidade portuária, entre outras situações."
Numa mensagem de esperança, a associação nota que a boa notícia é que a taxa de extinção ainda pode ser reduzida, e muitas de espécies em declínio, ameaçadas e em perigo ainda podem ser recuperadas "se trabalharmos de construção de um movimento global de consumidores, eleitores, educadores, líderes religiosos e cientistas que exijam ação imediata".
A mobilização de todos é importante e por isso as várias associações de defesa do ambiente defendem que no Dia da Terra de 2019 é preciso:
- Educar e sensibilizar para a taxa acelerada de extinção de milhões de espécies e as causas e consequências desse fenómeno.
- Alcançar grandes vitórias políticas que protejam grandes grupos de espécies, bem como espécies individuais e os seus habitats.
- Construir e participar num movimento global que abrace a natureza e seus valores.
- Incentivar ações individuais, como a adoção de dieta baseada em vegetais e a interrupção do uso de pesticidas e herbicidas.
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