O Centro de Inovação da Kaspersky quer ajudar a resolver os desafios da votação online e desenvolveu a Polys Voting Machine. Enquadrado no projeto Polys, o protótipo de máquina de votos recorre à tecnologia de blockchain para disponibilizar um serviço de voto online para ONGs, empresas, municípios e universidades que promete ser mais seguro. Entre os vários projetos já postos em prática pelo Polys, encontra-se uma campanha de votação com blockchain em Volgogrado, na Rússia, onde participaram mais de 82.000 eleitores.
Ao SAPO TEK, a Kaspersky deu a conhecer que o “vasto potencial por explorar” do blockchain foi o elemento que a motivou a desenvolver o projeto. O Centro de Inovação da empresa tem vindo a explorar diferentes formas de implementar a tecnologia de forma segura e viu nos sistemas de votação das empresas, universidades e outras instituições uma oportunidade de mercado.
De acordo com Roman Aleshkin, Chefe de Produto da Polys, o voto online pode abrir possibilidades no que toca à votação à distância. No entanto, a empresa acredita que se eliminar os locais físicos de voto, estará a excluir alguns segmentos da população. "Foi nesta lógica que desenvolvemos as nossas máquinas, que funcionam em conjunto com uma plataforma online, dando aos cidadãos a oportunidade de escolher a forma como preferem votar, de maneira confortável e transparente”, explica o responsável.
No sistema, as informações de voto são armazenadas de forma descentralizada em vários nós de blockchain. Uma vez que as entidades que estão a cargo da votação têm a possibilidade de escolher vários dispositivos para armazenar os dados, a Kaspersky afirma que é possível minimizar o risco de adulteração da votação.
Para votar numa Polys Voting Machine, os eleitores autenticam-se com um documento que comprova a sua identidade. De seguida, recebem um token único, como um código QR, que, ao ser lido pela máquina, permite ao utilizador selecionar uma opção.
Através do token único de acesso, o eleitor pode verificar se o seu voto foi, de facto, registado no blockchain numa aplicação web. A empresa indica que os nomes e escolhas dos utilizadores não são armazenados para evitar que um determinado indivíduo seja rastreado. Além disso, para permitir a recontagem de votos, existe a possibilidade de ligar uma impressora especial ao sistema.
Como garantir a segurança do voto?
A Kaspersky esclareceu ao SAPO TEK que a Polys Voting Machine cumpre todos os requisitos no que diz respeito a assegurar que o voto é secreto e seguro. “Todos os votos são registados, armazenados e contados em blockchain, o que significa que todos os participantes registados na rede têm acesso a uma cópia completa dos dados da votação e podem até armazená-los nos seus sistemas”, afirma a empresa.
Embora o blockchain não consiga garantir o total anonimato do eleitor “devido à natureza transparente da tecnologia”, a Kaspersky indica que a Polys Voting Machine adiciona uma espécie de camada protetora à base de algoritmos criptográficos de forma a proteger a identidade dos utilizadores do sistema.
É verdade que qualquer procedimento online acarreta um potencial risco de segurança, não obstante, a Polys Voting Machine está pronta para mitigar as consequências de uma ciberameaça. “Os nós de validação da rede blockchain têm a sua própria combinação-chave que funciona como uma espécie de carimbo ou assinatura, quando um hacker tenta intersetar a transação do voto, essa assinatura deixa de ser válida e por isso não é aceite”, explicou a Kaspersky.
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