Olhando para 2022 como um ano de crescimento das suas operações, 67% das empresas do setor das TI e Telecomunicações em Portugal querem reforçar as suas equipas com mais colaboradores. Aliado às perspetivas de crescimento, o crescente dinamismo do mercado de recrutamento é um desafio e a capacidade de atração e de retenção são temas no topo da agenda das organizações.
Estas são algumas das conclusões do estudo “Total Compensation – Setor TI e Telecomunicações”, desenvolvido pela Mercer, junto de 68 entidades, que identifica as tendências dos pacotes de benefícios extrassalariais atribuídos pelas empresas nesta área.
De acordo com os dados recolhidos, 67% das empresas indicam realizar revisões salariais pelo menos uma vez por ano, sendo o mês de janeiro o preferido para essa atualização (33%). A percentagem de aumento salarial atribuída aos colaboradores é determinada por uma série de fatores, prevalecendo o desempenho individual (90%) e o nível da função (74%) e posicionamento face ao mercado (59%). A antiguidade (10%) é considerada como o fator menos influente na ponderação dos aumentos salariais.
Outro ponto relevante sobre o capital humano do setor tecnológico diz respeito à rotatividade de colaboradores. De acordo com o estudo, as saídas voluntárias das empresas foram, em média, de 11,4% nos níveis técnicos, sendo que a taxa de novos colaboradores atinge cerca de 23%. Neste sentido, o indicador anual de renovação da força de trabalho neste setor ascende atualmente a cerca de 34% (dados com base na plataforma Comptryx da Mercer, relativos ao primeiro trimestre de 2022).
A atribuição de remuneração variável de curto prazo é uma prática da larga maioria das organizações. Segundo o estudo, cerca de 85% das organizações inquiridas atribuem incentivos de curto prazo e 31% atribuem incentivos de longo prazo.
No que diz respeito a incentivos de curto prazo, a remuneração variável/atribuição de bónus é um benefício atribuído a toda ou a parte da estrutura das empresas inquiridas, sendo o potencial de ganho associado ao bónus alinhado com o nível de responsabilidade da função. Para todos os níveis de carreira a maioria das empresas baseia a atribuição de bónus no desempenho individual e nos resultados da organização. Incentivos de vendas e partilha de lucros , com percentagens de respetivamente 59% e 18%, são outros incentivos de curto prazo referidos pelas empresas participantes no estudo.
A atribuição de incentivos de longo prazo ainda não é uma prática generalizada na amostra analisada. Embora este tipo de benefícios seja mais frequente em níveis de carreira mais elevados, neste setor observa-se que a elegibilidade para este tipo de incentivo é superior a 50%, mesmo em níveis técnicos. Entre as tipologias de planos mais frequentemente considerados destacam-se Performance Shares(37%), Restricted Shares (32%), Share Options (21%) e Long Term Cash (21%).
Plano de saúde, automóvel e seguro de vida são benefícios mais comuns
Os resultados do estudo da Mercer indicam ainda que a atribuição de plano de saúde, de automóvel e seguro de vida são os benefícios com maior evidência nas organizações, concedidos em 95%, 85% e 69% da amostra, respetivamente.
Relativamente à atribuição de plano de saúde, 70% das empresas analisadas indicam que este benefício atribui cobertura não só ao colaborador, como também ao cônjuge e filhos. A atribuição de automóvel da empresa é um benefício comum em 85% das empresas inquiridas, particularmente para níveis acima de Manager. Na maioria das empresas é atribuído para uso profissional e pessoal, sendo que na maioria das empresas a viatura é maioritariamente atribuída de acordo com o estatuto ou antiguidade. O número de anos para substituição da viatura na maioria das empresas é igual ou superior quatro anos em todos os níveis de funções elegíveis.
Quanto ao seguro de vida, do universo de empresas que atribuem este benefício 91% cobre também situações de incapacidade, 100% tem cobertura para morte acidental, 73% cobre incapacidade acidental, 46% cobre também a morte por acidente e 18% a incapacidade por acidente de viação.
Entre as empresas inquiridas, 37% das empresas indicam que atribuem Plano de Pensões como benefício. Dentro deste grupo, 88% tem pelo menos um plano de contribuição definida
Os planos de benefícios flexíveis já estão implementados em pelo menos 25% das organizações inquiridas, sendo que os benefícios mais frequentemente abrangidos incluem programas de transporte (100%), educação de dependentes (100%), benefícios de saúde (75%), ou soluções reforma (50%).
O estudo traça ainda o perfil das empresas participantes, permitindo ter um retrato da realidade do setor das TI e das Telecomunicações indicando que 63% são multinacionais e têm a sua sede predominantemente na Alemanha, EUA e Países Baixos; e 33% têm menos de 100 colaboradores. Cerca de 60% dos colaboradores são do género masculino e ocupam cerca de 75% das posições de topo nas organizações. Aproximadamente 34% dos colaboradores têm menos de 35 anos de idade e cerca de 38% têm menos de três anos de antiguidade. Quanto a habilitações literárias, a informação recolhida indica que 61% dos colaboradores têm pelo menos o grau de licenciatura.
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