Apresentado no MWC em Barcelona, o Huawei P10 mostrou logo de início que era um caso sério de concorrência à Samsung e ao iPhone, apostando na simplicidade do design mas na transformação de alguns conceitos de usabilidade em relação ao modelo anterior, o Huawei P9. E não vale a pena pensar que é apenas mais um upgrade. A Huawei colocou neste telefone o que de melhor está a fazer em termos de tecnologia e que já tinha integrado no Mate 9, e aproveitou para alterar alguns conceitos, reduzindo o impacto da moldura do ecrã e tornando o telefone mais arredondado e ergonómico (e sim, bastante mais parecido com o iPhone).
Nos últimos anos a Huawei tem vindo a crescer como fabricante e como marca, apostando na qualidade e no design e já abandonou o conceito de smartphone de qualidade mas a preço razoável com que começou por conquistar o mercado. O P10 é um dos mais caros apresentados pela marca, sem contar com os phablets da gama Mate e as edições especiais como o Porsche Design, mas o produto que se encontra dentro da caixa compensa o valor pedido, sobretudo quando comparado com outras propostas existentes no mercado.
A parceria com a Leica para a câmara fotográfica é um dos sinais distintivos e mesmo quem não tem muito jeito para a fotografia reconhece que este é um dos smartphones com que dá gosto fotografar e partilhar imagens nas redes sociais, pela qualidade dos resultados e a facilidade de aplicação de filtros. A extensão da utilização dos sensores Leica à parte frontal, com a câmara dedicada às selfies e às videochamadas, é uma adição bem-vinda em relação ao Huawei P9 e faz a diferença na qualidade dos retratos conseguidos com o telemóvel.
[caption][/caption]
Mas vamos por partes. O design arredondado e a redução da moldura do ecrã permitem que o ecrã de 5,1 polegadas do P10 caiba num espaço mais pequeno do que o ocupado pelo P9, e esta redução é bem vinda para quem quer os benefícios de ver mais conteúdos mas sem perder capacidade de usar o telefone só com uma mão. Ainda assim, a Huawei continua a garantir escolha a quem quer um ecrã maior, e para isso tem o P10 Plus, com 5,5 polegadas que usam o mesmo modelo de extensão do ecrã aos limites do telefone, tornando-se mais confortável de usar do que o Mate 9, claramente posicionado na gama de quem quer um telefone grande, e tem bolsos para isso (literalmente e financeiramente).
O Huawei P10 tem uma espessura de 7 mm e um peso de 142 gramas, e isso sente-se quando se segura o telefone, mas é o aspecto premium e o design o que realmente mais impressionam nos novos topo de gama da marca. A empresa introduziu a finalização Hyper Diamond cut no ecrã, que torna a finalização mais suave mas mesmo assim sem grandes riscos de escorregar das mãos, mantendo a qualidade da imagem com o Full HD brilhante e de cores vivas para tirar mais partido da componente multimédia. Aqui a fotografia é rainha, mas o vídeo e os jogos também têm o seu espaço, sem roubar destaque a outras funções que já acumulamos nos telemóveis, como a leitura de emails, navegação web e até edição de documentos.
A capacidade de processamento e a qualidade da tecnologia de rede a que a Huawei já nos habituou em anteriores modelos tem continuidade e atualização com o P10. Em muitas situações os smartphones da Huawei são os primeiros a sintonizar as redes móveis e Wi-Fi, mesmo quando utilizadores de equipamentos de outras marcas se queixam de falhas ou falta de qualidade de rede. O processador é o Kirin 960, que já equipa o Mate 9, e os 4GB de RAM ajudam a uma utilização fluída, mesmo com muitas aplicações abertas, o que se nota em utilização prolongada. No P10 Plus a memória tem melhoria, passando a 6GB, o que é mais do que suficiente na maioria das tarefas.
Para quem pega no telemóvel pela primeira vez a sensação de qualidade integral é bem vinda, mas na utilização prolongada a principal diferença em relação ao P9 faz-se pela localização do sensor de impressão digital, que se deslocou para a frente do ecrã e que também muda a maneira de usar o telemóvel, se o utilizador quiser. Desta forma é possível retirar os tradicionais botões capacitivos e passar a usar apenas um botão para fazer todas as funções, acedendo ao ecrã inicial, navegando para a lista de apps abertas ou voltar ao ecrã anterior, uma combinação de toques e gestos que demora algum tempo a “interiorizar” e que mesmo assim não nos convenceu de que é mais simples do que o modo dos atalhos capacitivos tradicionais, que acabámos por recuperar ao fim de alguns dias.
Siga para a próxima página: o domínio da fotografia e considerações finais
Domínio (merecido) da fotografia
E agora a componente fotográfica. A expectativa que tínhamos em relação aos avanços com a continuidade da parceria com a Leica acabaram por não ser cumpridas. Não há mudanças na câmara traseira em relação aos modelos anteriores, mantendo-se a câmara dupla com 20 MP monocromáticos e 12 MP RGB. A qualidade é a mesma que já tínhamos elogiado, com um excelente balanceamento de cores e qualidade final nos detalhes, mesmo fora do ecrã do smartphone, e o domínio da arte do preto e branco que sai da opção pelas duas câmaras.
A verdadeira diferença está agora na extensão da parceria da Leica à câmara frontal, cada vez mais usada nos retratos das selfies e em videochamadas, assim como no desenvolvimento de “histórias” com as quais as redes sociais querem que os utilizadores contem as suas aventuras, sem palavras e só com fotos e vídeos. Há também mudanças no software, agora com mais filtros e o modo de “retrato” 3D melhorado para avaliar os detalhes do rosto. No P10 a abertura da câmara é de 2.2 mas o P10 Plus tem um bónus, com uma abertura de f/1.8 que na prática deverá ainda melhorar a captura de imagens em pouca luz, um benefício que não tivemos oportunidade ainda de testar.
Mais clara é a vantagem que a marca está a fazer em termos promocionais, com a oferta de um pacote especial para quem fizer a pré-reserva do P10 ou do P10 Plus até ao final do mês. No mesmo pacote os utilizadores podem ganhar um powerbank de carregamento rápido, com capacidade de 10.000 mAH, um selfie stick com tripé e controle de disparo e um carregador de isqueiro para o carro.
Não é que a bateria de 3.200 mAh do P10 se porte mal. Aliás, porta-se bastante bem em uso intenso, respondendo sempre a um dia bem recheado de trabalho e lazer, mas quando há muitas fotografias para tirar e o smartphone já substituiu as câmaras fotográficas convém não ficar sem “rolo”.
Considerações finais
Resumindo ao básico: o Huawei P10 é um smartphone equilibrado, com as características técnicas e o design que tornam o novo topo de gama da Huawei um concorrente muito sério a melhor smartphone de 2017. É certo que o ano ainda está no início, e que a Samsung vai apresentar amanhã o seu novo S8 e que a Apple deverá lançar um novo modelo em setembro, mas a Huawei já conquistou, por mérito próprio, um lugar no pódio dos melhores, e isso ninguém lhe tira, sobretudo porque continua a ser a proposta com melhor preço, a partir dos 649 euros.
Mas não é perfeito e a principal crítica que lhe tem sido apontada é o facto de não cumprir a certificação IP67/68, que garante a resistência à água e ao pó a que várias marcas já habituaram os utilizadores e que se tornam bastante úteis para evitar acidentes.
Uma última nota para o P10 Plus. Não tivemos oportunidade de testar este modelo de forma mais intensiva, embora a breve experiência ainda no MWC tenha permitido perceber que apesar da dimensão de 5,5 polegadas não o tornam grande demais, permitindo outra “largueza” na utilização do ecrã para suporte multimédia. As diferenças de memória RAM, bateria (de 3.750 mAh) e de abertura da câmara podem dar uma ajuda a justificar que gaste mais cerca de 100 euros num smartphone maior e (pelo menos teoricamente) melhor, pelo que esta é uma opção a considerar.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
20 anos de Halo 2 trazem mapas clássicos e a mítica Demo E3 de volta -
App do dia
Proteja a galáxia dos invasores com o Space shooter: Galaxy attack -
Site do dia
Google Earth reforça ferramenta Timelapse com imagens que remontam à Segunda Guerra Mundial -
How to TEK
Pesquisa no Google Fotos vai ficar mais fácil. É só usar linguagem “normal”
Comentários