A linha de portáteis Dragonfly da HP pertence à classe de computadores leves e pequenos, capazes de se perderem na mala no meio da papelada, tão fininho e leve que é. E não é para mais, este modelo foi fabricado a partir de plásticos reciclados recolhidos no oceano, mais concretamente no Haiti, usando cerca de 50% desse material na sua construção. E 82% das suas partes mecânicas foram feitas também com materiais reciclados.

É uma mensagem ecológica a ter em conta na sua avaliação, refletindo-se diretamente no seu peso: um portátil com apenas 1 quilo, que pode ser facilmente transportado debaixo do braço para qualquer lado. E além de leve, os seus materiais parecem robustos e resistentes, sendo o portátil (muito provavelmente) capaz de resistir a uma ou outra queda acidental.

Dragonfly é compacto e leve, mas robusto

Não é certamente o portátil mais poderoso do mercado atualmente, mas apresenta um desempenho eficaz para o seu segmento, sobretudo para quem procura uma solução para o trabalho, cuja prioridade seja a portabilidade. É aliás uma excelente solução para profissionais ou estudantes em constante deslocação. E para quem procura um sistema dinâmico, este conversível de 13 polegadas, transforma-se rapidamente num tablet com um ecrã de dimensões “generosas”, não só para trabalhar, como também para consumir séries no Netflix ou ver filmes durante as horas de lazer.

As suas duas dobradiças revelaram-se bem robustas, com força para manter o ecrã sempre firme em qualquer posição que deseje utilizar, incluindo dobrá-lo totalmente para revelar o modo tablet ou em forma de “tenda”, para quando necessita de partilhar conteúdos com mais alguém. Graças ao acelerómetro e giroscópio integrado, as mudanças entre o modo portátil e tablet são assumidas instantaneamente mediante a sua posição. As dobradiças são até fortes demais quando é necessário abrir a sua tampa, enquanto pousado numa mesa, sendo quase impossível abri-lo sem ser com as duas mãos, como se fosse um livro.

O seu design é sóbrio, com linhas muito geométricas, num tom azul escuro baço característico da HP (com leve tom marinho), e um material “fosco” que permite mexer no equipamento sem deixar as horríveis impressões digitais espalhadas. Tem ainda alguns realces prateados, tais como o logotipo da marca na tampa, assim como nos frisos das dobradiças, que lhe dão um toque de classe, sem exageros, mas transparecendo a produto premium.

O ecrã LED tátil cobre uma grande área da tampa e as suas molduras minimalistas traduzem-se numa área maior de display. A qualidade de imagem é boa e nítida, garantindo uma resolução de imagem até 1080p, na versão testada. Porém sofre do mesmo mal que praticamente todos os portáteis com baixo nível de nits: em locais onde bate o sol ou muita claridade, os reflexos dificultam ver as imagens do ecrã, mesmo definindo o seu brilho ao máximo.

Na parte superior da tampa está embutido o pequeno orifício da câmara, muito discreta, e olhando à segurança, tem uma pequena patilha deslizante para tapar o “olho”, não vá o Big Brother estar na vigia…

Olhando para o Dragonfly, é quase impossível criar um portátil tão fino como este: a sua base tem a espessura praticamente da medida de uma entrada HDMI (16 mm), que está presente no equipamento, no seu lado direito. Tem ainda dois conectores USB-C, ambos podem ser usados para alimentar o computador e com suporte a Thunderbolt 3, o que permite acelerar a transferência de dados. Infelizmente não permite o carregamento através de um power bank, como já aconteceu com outras soluções. Ainda deste lado terá acesso a uma entrada jack 3,5mm para auscultadores. Do outro lado da base tem uma porta USB-A e o botão de energia.

Tek HP Dragonfly Elitebook
Poderá usar o Dragonfly como tablet.

De notar ainda que certas versões, caso venha a optar, há conectividade LTE 4G, ou seja, a capacidade de ligar o portátil online através de um cartão SIM. Infelizmente não foi o caso da versão que recebemos para teste, cuja ranhura estava tapada por uma tampa. Ainda assim, mantém fisicamente as respetivas teclas dedicadas para atender e desligar chamadas, no teclado, sendo a ligação LTE uma componente que poderá configurar de fábrica, caso opte pela mesma.

Focado na segurança, o portátil tem ainda um sensor biométrico de impressões digitais na base do chassis. A fabricante optou por usar um sensor à parte do botão de energia, solução que está a ser utilizada em alguns modelos da Huawei, Lenovo e Asus, que permitem a autenticação no mesmo momento em que liga o equipamento. Ainda assim o Dragonfly tem um arranque rápido, ficando pronto a trabalhar em poucos segundos.

Tal como outros modelos da fabricante, considere a tecnologia opcional HP Sure View para proteger o ecrã de olhares curiosos alheios – esta bloqueia a imagem do ecrã em certos ângulos, garantindo que só o utilizador, de frente para o display veja. Mas pode contar com o sistema HP Sure Sense de raiz, baseado em inteligência artificial, que recorre a redes neurais e inteligência artificial para identificar traços anormais de comportamento, neutralizado automaticamente ataques de malware.

Pequeno, mas eficaz para o trabalho e diversão

No que diz respeito ao teclado, apesar de ser um portátil pequeno, escrever está longe de ser um atropelo para os dedos. As teclas estão suficientemente afastadas, considerando o seu minúsculo chassis, com o teclado a ocupar praticamente toda a sua superfície. As pequenas margens entre o teclado e a margem da base foram ocupadas inteligentemente por duas colunas da Bang & Olufsen.

Tek HP Dragonfly Elitebook
O pequeno conversível vem acompanhado de uma pen.

De referir ainda que as teclas são retroiluminadas, tornando-o ideal para escrever numa sala escura, no sofá, ou durante conferências menos iluminadas. Mas importa referir que a sensação de “calcar” as teclas para escrever é muito agradável, não sendo “moles” que levam os dedos a afundar, também não são completamente rígidas: no ponto.

Ainda que não esteja à espera de que este pequenote fosse um poderio sonoro, fica presente a qualidade dos graves e nitidez do som quando é necessário ouvir música sem auscultadores. Isto porque o portátil reforça a quantidade de colunas na parte inferior da base, com mais três elementos: duas nas extremidades e uma barra central. Sem dúvida que os orifícios da tampa ajudam na circulação do ar e a manter o pequeno refrescado, assim como o largo dissipador colocado entre as dobradiças do Dragonfly.

Considerando o tamanho do chassis, construído em magnésio, foi bom observar que a HP manteve o tamanho do Trackpad a ocupar mais de um terço da largura. Diria mesmo que é maior que certos portáteis de 15 polegadas, considerando a importância do conforto necessário de mexer no ponteiro quando não se usa o rato. Aliás, é mesmo um incentivo para não ocupar uma das portas USB com o periférico ou ter de emparelhar um modelo wireless.

Anatomia da libelinha

Se chegou até aqui, certamente que já percebeu que não estamos perante um computador para gaming. É um portátil de trabalho, com um processador suficientemente eficaz para executar diferentes tarefas: um Intel Core 5 a 1,60 GHz de oitava geração. Tem 8 GB de RAM, o que já começa a ser o mínimo exigível caso necessite trabalhar em imagens. Só ter o sistema aberto no Windows são alocados quase metade da memória, e isto sem abas do Chrome abertas, que como se sabe devoram RAM. E nem sequer tem placa gráfica dedicada, ficando-se por um chip genérico da Intel, tornando-se pouco aconselhável para quem deseje trabalhar em vídeo. Ainda que possa, claro, produzir alguns pequenos clipes rápidos.

Tek HP Dragonfly Elitebook
O Dragonfly tem praticamente a espessura de uma entrada HDMI.

O armazenamento para trabalhos temporários servem os 512 GB, sendo 256 GB SSD, o que torna o sistema muito rápido a executar o reboot, estando sempre pronto para trabalhar. Mas por outro lado, a sua bateria de 38 Wh não é das mais potentes, mas com uma carga pode tê-lo disponível por umas 6-7 horas sem necessidade de o alimentar, caso não execute tarefas muito exigentes. Certamente um bom companheiro para um dia de trabalho em videoconferências, escrever textos ou a projetar trabalhos.

O portátil vem acompanhado de uma caneta digital, carregada através de cabo USB-C. Esta permite aos ilustradores darem azo à sua criatividade, como também é ideal para tomar notas rápidas numa conferência de imprensa. Infelizmente o portátil não tem um encaixe próprio para a pen, usando um íman para manter a mesma “colada” na sua tampa. Embora seja eficaz para prender a caneta durante as pausas da utilização, não deverá mantê-la fixa durante o transporte, pois solta-se muito facilmente.

Caso opte por um modelo sem suporte a SIM, o pequeno portátil apresenta ainda um rápido módulo wireless Wifi 802.11ac, assim como Bluetooth 5.0 (ideal para manter uma latência baixa na utilização da pen). Mas não tem Wi-fi 6, o que começa a ser obrigatório quando se investe a médio-longo prazo.

Facilmente poderíamos considerar este HP Dragonfly Elitebook um companheiro de qualquer profissional que passe o dia em deslocações, a assistir conferências e a tomar notas, abrindo e fechando constantemente o sistema operativo, não fosse o seu preço elevado para o segmento. As versões mais baixas, como o que foi testado, encontram-se a partir de uns 1.600 euros, aumentando exponencialmente para além dos 2.000 para modelos com mais memória, armazenamento e um chip i7, com ecrã 4K.

Tek HP Dragonfly Elitebook

A (ultra) portabilidade paga-se, sobretudo num pequeno modelo capaz de executar a maior dos trabalhos profissionais (exceto os que exigem o poder do GPU). Mas também as suas diferentes opções de conectividade são importantes, assim como a segurança garantida pela fabricante. Mas foi sobretudo o seu peso diminuto, compatibilidade, assim como a generosa área de ecrã para um modelo de 13 polegadas que me conquistou, já para não falar da sua simplicidade estética, mas muito agradável.