Por Francisco Jaime Quesado (*)

Há eventos e marcas que constituem uma referência de sucesso na afirmação do papel da agenda digital na renovação social e reconversão económica. É o exemplo do IDC Directions, que tem sido ao longo dos anos um marco na afirmação de uma convergência inteligente entre a tradição e a inovação.  A aposta que começa a ser feita no reforço de uma  agenda da transformação digital constitui a melhor evidência do impacto que a melhor utilização da tecnologia, e mais do que nunca teremos que ser capazes de apostar numa  plataforma social mais competitiva mas seguramente mais coesa do ponto de vista social e humano.

Usar a tecnologias  de forma inteligente é desta forma um acto de primazia à inovação e conhecimento mas sem esquecer a capacidade inclusiva que as novas tecnologias têm que saber propiciar a uma sociedade cada vez mais complexa e o IDC Directions tem sabido ao longo dos anos estar presente.

Não se pode conceber o desígnio estratégico da competitividade sem atender à dimensão essencial da coesão social, factor central do equilíbrio do desenvolvimento e da justiça entre os diferentes segmentos da sociedade civil. Quando se fala em transformação digital, mais do que relevar a novidade que os instrumentos da informação e do conhecimento protagonizam em termos de qualidade, eficácia e modernidade, o que está claramente em jogo é a capacidade de renovar através deste novo paradigma a sociedade aberta  que Karl Popper tanto defendeu na sua intervenção política.

A afirmação duma agenda de renovação digital constitui um claro desafio a um compromisso mais do que necessário entre competitividade e coesão social, voltado para os desafios estratégicos que se colocam ao país. Importa, no quadro da evolução global de Habermas, reforçar a identidade dos territórios e das organizações. A força estratégica da história  e de marcas centrais como a inovação tecnológica  para a marketização internacional do país é um activo consolidado e através da viagem ao longo do país isso aparece-nos reforçado. Importa por isso saber valorizar o contributo que narrativas e percursos como o IDC Directions conseguem dar na construção desta base competitiva que a todos importa e onde todos se sentem presentes.

No quadro competitivo da renovação digital, Portugal tem que passar a integrar efectivamente as redes internacionais de excelência e competitividade. Só sobrevive ao desafio global quem souber consolidar mecanismos de sustentabilidade estratégica de valor e aqui os atores do conhecimento no nosso território têm que apresentar dinâmicas de posicionamento. O jogo da renovação digital implica dominar o paradigma da informação. Na sociedade aberta do conhecimento, o jogo da informação é central na consolidação de plataformas de competitividade e na melhoria dos padrões de coesão social.

Na agenda da renovação digital,  o investimento é a porta do futuro. Não o investimento a qualquer preço. O investimento no conhecimento, nas pessoas, na diferença. Um acto de qualificação positiva, mas de clara universalização. É essa a mensagem da aposta no terreno. Quando se consolida o trabalho de cooperação ao longo do país,, envolvendo tudo e todos, está-se claramente a fazer investimento no futuro do país. A fazer das pessoas verdadeiros actores do conhecimento capazes de agarrar o complexo desafio  das redes do futuro, onde a renovação digital se assume como um acelerador de mudança.

Projectar o futuro através da renovação digital é um ato de inovação. Construir plataformas de excelência e competitividade ao longo do país é dar um sinal positivo perante os novos desafios. Não a qualquer preço. Com as pessoas. Para as pessoas. A competitividade que a renovação digital implica não pode ser construída a qualquer preço. Deve-se assumir como um verdadeiro compromisso que a sociedade portuguesa assume com o futuro que é já hoje. E neste grande desafio coletivo o IDC Directions continua a ser um exemplo.

(*) Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade