Hoje é impossível dissociar a Microsoft do Windows, mas o primeiro produto lançado pela gigante de Redmond, que assinalou este ano o seu 50.º aniversário, estava bem longe do sistema operativo que viria a definir o seu legado.
Muito antes do Windows, o primeiro produto a ser lançado pela empresa foi uma versão da linguagem de programação BASIC para o computador Altair 8800. Em 1981, surgia o MS-DOS, que se viria a tornar numa das pedras importantes do castelo da tecnológica, sendo o sistema operativo do primeiro computador pessoal da IBM.
Já nessa altura, a empresa tinha começado a trabalhar num programa chamado “Interface Manager”, que serviu de base ao desenvolvimento do conceito Windows, anunciado em 1983.
Apesar da demora, que levou mesmo os mais céticos a apelidarem a proposta de “vaporware”, a versão 1.0 do Windows chegou dois anos depois, destacando-se pelo uso de uma interface gráfica com “janelas” que podia ser controlada com o rato, ajudando também a popularizar o uso do periférico que, hoje, muitos consideram indispensável.
Até 1995, o Windows foi ganhando novas versões que, apesar de manterem o mesmo estilo, foram adicionando inovações. Por exemplo, em 1987, a versão 2.0 trouxe ícones no ambiente de trabalho e a expansão de memória, bem como a possibilidade de sobrepor janelas e de as maximizar ou minimizar.
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As versões 3.0 e 3.1 venderam 10 milhões de cópias durante os dois primeiros anos, com novidades como a instalação do sistema operativo a partir do disco rígido, bem como a chegada do Gestor de Programas, Gestor de Ficheiros e Gestor de Impressão, além de jogos como os clássicos Solitaire e Minesweeper.
O Windows 95, lançado a 24 de agosto de 1995, ficou na história como uma das versões mais emblemáticas do sistema operativo da Microsoft, alcançando a marca dos 7 milhões de cópias vendidas nas cinco primeiras semanas. Além do popular botão “Iniciar”, o Windows 95 trazia pela primeira vez o respetivo menu Iniciar, a barra de tarefas e os botões minimizar, maximizar e fechar em todas as janelas.
Mas o Windows 95 não foi a única edição do sistema operativo a ganhar um lugar de destaque no coração dos utilizadores. O Windows XP, considerado por muitos como uma das melhores versões, chegou em outubro de 2001.
No entanto, nem todas as versões do Windows se tornaram populares pelos melhores motivos. Por exemplo, o Windows Vista, em 2007, trouxe grandes promessas, mas muitos bugs pelo caminho. Já o Windows 8, em 2012, ambicionava agradar a gregos e a troianos, porém a mudança radical na interface acabou por gerar mais polémica do que fãs.
O Windows 10, anunciado a 20 de setembro de 2014, chegou oficialmente ao mercado no ano seguinte, a 29 de julho, Ainda antes da sua chegada, a Microsoft enfrentava as consequências da aposta arriscada no Windows 8 e, apesar dos rumores que circulavam na altura, a empresa decidiu “saltar” um número e esta versão do sistema operativo centrou-se numa aposta concebida para responder às exigências do mercado, mas também para corrigir muitos dos erros da versão anterior e reconquistar os utilizadores.
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O Windows 11, fez a sua estreia em 2021, com a Microsoft a prometer um "rejuvenescimento visual arrebatador” do sistema operativo, que se traduziu numa versão mais moderna e “fresca”, com novidades feitas para apelar aos utilizadores mais profissionais, como a quem procura soluções de produtividade e até aos gamers.
Mas mesmo com a atualização gratuita para o Windows 11, e com os alertas sobre a “morte” do Windows 10, cujo suporte terminou a 14 de outubro de 2025, muitos utilizadores optaram por resistir à mudança, seja por preferência, familiaridade ou por incompatibilidades com os requisitos de hardware. Aliás, um ano após o lançamento, a quota de mercado desta versão não ia além dos 10%.
Só em julho deste ano é que o Windows 11 ultrapassou finalmente o Windows 10. De acordo com dados da Statcounter, a quota da nova versão subiu para 50,88%, com a sua antecessora a cair para 46,2%.
Por comparação, em dezembro do ano passado, o Windows 10 estava instalado em 62,73% dos computadores, com o Windows 11 em apenas 34,1% dos desktops. Espera-se que a quantidade de pessoas a usar o novo sistema operativo continue a aumentar à medida que a data de outubro se aproxima.
Para a Microsoft, o foco está a agora na crescente integração de IA no sistema operativo, com funcionalidades que vão além do Copilot, que continua a ganhar novas capacidades para tornar esta tecnologia mais pessoal e útil.
Durante a edição de 2025 da conferência Microsoft Ignite, Pavan Davuluri, presidente da área de Windows + Devices, defendeu que o Windows ajudou a formatar o trabalho nas últimas décadas é a base para o futuro e para reimaginar os próximos desenvolvimentos.
"No ano passado, no Ignite, apresentámos a 'Era da IA'. Este ano, estamos a melhorar o Windows para capacitar as pessoas a aproveitarem todo o poder da IA de forma fácil, segura e confiante", afirmou o responsável. "O Windows está a tornar-se o ecrã para a IA, incorporando inteligência no sistema, no silício e no hardware, para que as organizações possam passar da experimentação à execução em escala".
"Marcamos os 40 anos do Windows mas não estamos a olhar para trás, estamos a construir o futuro. O próximo capítulo começa agora", realçou Pavan Davulur.
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