
Por Bruno Garcia (*)
A transformação digital no crédito à habitação afirma-se cada vez mais como uma realidade incontornável, liderada pela tecnologia e impulsionada pelo papel crescente dos intermediários de crédito. Esta nova realidade vai além de uma simples tendência, constituindo uma resposta concreta às exigências do consumidor digital, que procura soluções simples, rápidas e seguras.
O acesso à habitação própria tornou-se um dos maiores desafios sociais em Portugal, pelo que é tempo de encarar a transformação digital do crédito à habitação não como um luxo, mas como uma urgência. A tecnologia está pronta, as ferramentas existem e falta apenas o mais difícil: iniciar uma nova jornada no que se refere ao crédito à habitação.
Durante muito tempo, aceitámos como inevitável uma experiência de crédito à habitação baseada em muita burocracia, papelada, deslocações e prazos indefinidos. No entanto, o consumidor mudou e está na hora de todo o sistema mudar também. Não faz sentido exigir processos analógicos a quem faz quase tudo online, desde reservar viagens até gerir a sua própria conta bancária. Ignorar esta discrepância é desperdiçar o potencial transformador da tecnologia. Mas o cenário está a mudar.
Estamos a assistir a uma transformação, alimentada pela inovação, pelas plataformas digitais e inteligência artificial, que promete redefinir a experiência de acesso ao crédito à habitação. Atualmente, os consumidores podem fazer simulações em tempo real, comparar propostas de forma transparente e iniciar o processo de contratação de forma segura, cómoda e eficiente, numa única plataforma. O que antes demorava semanas ou meses, pode agora ser concluído em poucos dias. Acima de tudo, o cliente sente-se mais informado, mais seguro e com maior controlo sobre as suas decisões. É neste cenário que a digitalização e a inovação fazem toda a diferença.
Neste percurso, devemos considerar os intermediários de crédito como agentes ativos na criação de soluções integradas que envolvam bancos, seguradoras, plataformas tecnológicas e, sobretudo, pessoas. A aposta é num modelo colaborativo que possa oferecer uma experiência de crédito mais rápida, personalizada e transparente. De facto, os dados confirmam esta evolução do mercado: só no primeiro trimestre de 2025, mais de 20% dos contratos de crédito à habitação celebrados em Portugal tiveram origem em intermediários de crédito, segundo dados do Banco de Portugal.
Digitalizar é democratizar o acesso ao crédito. Permite que famílias de todas as idades, níveis de literacia ou condições socioeconómicas possam tomar decisões mais informadas, num processo mais simples, mais justo e mais transparente. A tecnologia não substitui a confiança, apenas a reforça.
A transparência passa a ser um valor central. E a comparação de ofertas, a automatização de scoring, a rastreabilidade dos documentos e a possibilidade de monitorização em tempo real são avanços que beneficiam tanto quem concede como quem procura crédito.
Cada atraso nesta área representa uma oportunidade perdida para as empresas, para os consumidores e para o país. É necessário ambição, de visão e de ação. O momento de liderar esta transformação é agora. E quem o fizer ganhará, não apenas, vantagem competitiva, como contribuirá para um setor financeiro mais eficiente, mais próximo das pessoas e mais preparado para os desafios sociais do nosso tempo.
(*) Head of Operations, Twinkloo
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