Enquanto a rede 5G não está pronta para lançamento comercial, o que ainda deverá demorar alguns largos meses, as operadoras vão demonstrando os casos de aplicação e as potencialidades da rede de nova geração. Esta semana a NOS e a Vodafone fazem demonstrações da tecnologia em Portugal e Espanha,  provando que o 5G está cada vez mais perto da realidade.

A NOS aproveitou a Portugal Smart Cities Summit para fazer a sua primeira demonstração das potencialidades do 5G, em ambiente real, em parceria com a Huawei, um dos seus fornecedores de infraestrutura de rede. A demonstração suportada em 5G live tem uma pista de carros de bombeiros que são comandados à distância por realidade virtual, comunicando com os veículos em 5G, mostrando aplicação em situações de segurança e emergência"

"Esta é a primeira demonstração real de condução remota com veículos de emergência", disse aos jornalistas Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS, durante a apresentação. A operadora tem uma perspetiva abrangente da tecnologia 5G  que quer por ao serviço das empresas e das cidades, e o administrador da NOS sublinha que "este é um caminho relevante para as cidades inteligentes e mostra que vai conseguir criar as cidades 5.0", afirmou.

Para o teste a NOS está a usar o espectro dos 3,5 GHz, que solicitou à Anacom. No stand tem dois simuladores de condução com óculos de realidade virtual, ligados por um modem em 5G à antena que está instalada ao fundo do pavilhão 1 da FIL, mais perto da pista que os dois carrinhos de bombeiros percorrem, com os comandos dados pelos utilizadores no stand.

A antena utilizada tem tecnologia da Huawei, um dos fornecedores tecnológicos da NOS, e é a mesma que habitualmente está nos laboratórios da empresa. A NOS tem também como parceiro de tecnologia de rádio a Nokia, mas ainda não selecionou os fornecedores para o 5G.

Luis Santo, responsável pelo programa 5G da NOS, diz que este é um dos espectros que vai ser usado no futuro nas redes 5G e que a demonstração permite mostrar as vantagens a nível de latência e velocidade da tecnologia, e o potencial para interagir com máquinas e robots em situações de emergência, como um incêndio, evitando eventuais perdas de vidas humanas.

Para além da ligação a veículos remotos, a NOS está a trabalhar também com o 5G na área das Smart Cities onde acredita que a tecnologia pode melhorar a ligação aos sensores e a velocidade de comunicação com os sistemas de gestão do ambiente, água, iluminação e recolha de resíduos, entre outros.

"A velocidade dos dados é cinco vezes mais rápida do que o 4G e a tecnologia suporta maios densidade de sensores", explica. Para Luis Santo, a aplicação da tecnologia em situações como a condução remota pode ser a diferença entre ter de conduzir os carros autónomos a uma velocidade limitada a 20 quilómetros por hora ou à velocidade normal, dado que há mais eficácia e eficiência na comunicação.

As estimativas da NOS para fazer "testes mais reais", de rua, estão para muito breve, adiantou ao SAPO TEK fonte da empresa, sublinhando que será antes do final do primeiro semestre.

Parceria com Huawei no meio do furacão de sanções dos EUA

A Huawei é a parceira da NOS nesta demonstração, e um dos fornecedores de tecnologia de rádio da empresa. Questionada pelo SAPO TEK sobre o impacto que estas sanções impostas pela administração de Donald Trump pode ter na Huawei,  a NOS mantém a posição que já havia sido transmitida pelo seu presidente, que refere que a empresa chinesa é um dos parceiros tecnológicos.

E que medidas tomam para garantir que não há backdoors e fugas de informação na tecnologia, como alegam as autoridades norte americanas? "Fazemos regularmente testes e não há nenhum indício de qualquer brecha de seguranç", sublinhou.

Do lado da tecnologia as parcerias de desenvolvimento para o 5G são com a Nokia e a Huawei mas nos terminais os testes podem ser mais abrangentes, e Luis Santo afirma que já estão a testar alguns dos protótipos que já foram lançados pelas marcas.

Nota da Redação: a notícia foi atualizada após a conferência de imprensa e demonstração na FIL