O estudo revelado hoje pela Organização Europeia de Patentes (OEP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alerta para a necessidade urgente de estratégias de escala que permitam à Europa transformar a dinâmica científíca na áre a de tecnologia quântica em liderança de mercado. A adoção comercial continua lenta e marcada por desafios significativos e a Europa arrisca-se a perder terreno numa área crítica para o futuro.
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Segundo os dados, as tecnologias quânticas estão a crescer rapidamente em termos de investigação e propriedade intelectual, com o número de patentes a aumentar cinco vezes na última década, mas o relatório identifica um desfasamento entre o desenvolvimento tecnológico e a adoção comercial.
O mercado global de tecnologia quântica o deverá atingir 93 mil milhões de euros até 2035, de acordo com os números do Quantum Technology Monitor da McKinsey & Company, e esta é uma área onde a Europa já mostrou interesse em liderar, com várias estratégias em curso para o desenvolvimento do sector.
António Campinos, presidente da OEP, lembra que “as tecnologias quânticas têm um enorme potencial, mas ainda estão nas fases iniciais de desenvolvimento". O estudo e o relatório Draghi realçam que a União Europeia tem margem para reforçar o seu investimento em tecnologia quântica, especialmente quando comparada com países líderes como os Estados Unidos.
"O financiamento privado é agora essencial para comercializar a investigação de base, e os governos devem priorizar esta necessidade”, destaca António Campinos.
Ecossistema pouco centrado no "core" da tecnologia quântica
O relatório da OEP e da OCDE indica que o ecossistema quântico conta com mais de 4.500 empresas, das quais apenas cerca de 20% são empresas "core", focadas exclusivamente em tecnologias quânticas. Estas empresas são tipicamente startups e dependem fortemente de investimento inicial e financiamento público.
Clique nas imagens para mais dados do estudo da OEP e da OCDE
A maioria do ecossistema é formado por empresas que não têm a tecnologia quântica como atividade principal, mas que contam com a maioria das patentes e da criação de emprego na área, e estão melhor posicionadas para a comercialização.
Os dados do relatório indicam que a Europa acolhe um dos maiores aglomerados de empresas nucleares quânticas do mundo, com países como o Reino Unido (46%), os Países Baixos (38%) e França (30%) na primeira linha. Este cenário contrasta com o dos Estados Unidos (20%), onde existe uma menor proporção de empresas core e uma maior presença de gigantes tecnológicos.
Em termos de registo de patentes, os Estados Unidos lideram, seguidos pela Europa, Japão, China e República da Coreia. Entre 2005 e 2024 foram geradas 9.740 patentes relacionadas cim tecnologia quântica e é a computação que tem levado a um maior crescimento.
A OPE indica ainda que, na Europa, os três países com maior número de patentes quânticas registadas são Alemanha, Reino Unido e França. "A região está também a assistir ao surgimento de startups dinâmicas, como as francesas C12 e PASQAL", embora muitas estejam a enfrentar dificuldades de financiamento e crescimento. Os casos destas empresas estão detalhados no relatório hoje divulgado.
As empresas que registaram mais patentes nesta área foram a IBM, LG, Toshiba, Intel e Microsoft, mas há empresas europeias na lista das patentes na área da computação, nomeadamente a IQM Finland e a Robert Bosch. São ainda apontadas as cinco universidades com mais patentes quânticas registadas, todas dos Estados Unidos, com o MIT e Harvard na linha da frente.
O francês CNRS (Centre national de la recherche scientifique) destaca-se como a única instituição pública europeia a figurar entre os 20 maiores requerentes de patentes nesta área.
Pode aceder ao estudo completo "Mapear o ecossistema quântico global" através deste link
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