Depois de ter estreado em 2016 uma academia de gestão e empreendedorismo, com o projeto piloto Rock in Rio Innovation Week, o Rock in Rio Lisboa mostrou que não é feito apenas de música e que a inovação faz parte do ADN do festival que nasceu no Brasil em 1985.

“O Rock in Rio (RiR) é uma empresa super inovadora e muito ousada, já desde o primeiro RiR no Brasil, até porque era algo que nunca tinha acontecido lá. Pelo menos, daquela magnitude e naquele momento em que se vivia uma ditadura”, esclareceu ao SAPO TEK Francisco Santos, project manager da iniciativa.

Desde então, “tem tentado trazer coisas diferentes e inesperadas” pelo que “a Innovation Week faz parte desse processo de expansão e de consolidação do RiR. É também uma entrada mais estruturada neste ecossistema atual de inovação”, aponta.

Na semana de intervalo entre os dois fins-de-semana da 8ª edição do festival em Portugal, criativos, inovadores, artistas, empreendedores e freelancers tiveram acesso a mais de uma centena de intervenções numa iniciativa dirigida ao público e stakeholders do RiR.

Entre talks, workshops, atividades de networking, experiências, mostras de arte e tecnologia e um "startup challenge" promovido em parceria com a Beta-i, a inovação e a tecnologia estiveram em destaque durante cinco dias no Lisbon Art Center & Studios (ou LACS), um novo pólo criativo e um espaço de coworking e de escritórios flexíveis, aberto 24 horas por dia e sete dias por semana.

“Vive-se em Portugal e, principalmente, em Lisboa um momento muito interessante a nível da inovação, pelo que é muito proveitoso que o RiR participe nisso também. A RiR Academy foi um primeiro projeto para além do festival, agora a Innovation Week é o passo seguinte desse processo de constante inovação e de dinamizar outros conteúdos”

De acordo com o responsável, "esta ampliação do RiR é sempre assente numa ideia de inovar e ultrapassar uma ideia de lugar-comum e trouxe toda uma gama de parceiros e stakeholders envolvidos no festival para um ambiente de inovação e de troca de conhecimento fantásticos”.

E o objetivo da Innovation Week é precisamente esse, diz Francisco Santos ao SAPO TEK, “o de dar espaço nesse contexto que foi criado e convidar todos os envolvidos no RiR, mesmo aqueles que não estejam diretamente ligados, a partilhar as suas ideias e a subir ao palco”, assume.

O responsável também realça a ligação entre o compromisso “Por um mundo melhor” do Rock in Rio e o novo evento, uma vez que “a inovação e a criatividade também podem contribuir para esse processo”, assim como para a “desconstrução do lugar-comum”.  

E é uma lógica da procura de soluções para um mundo melhor que está na base da conferência que dividiu as Talks em três grandes eixos: a comunidade, comunicação e criatividade, com conteúdos que são direcionados às várias áreas de desenvolvimento das cidades, novos media e inteligência artificial e transformação das pessoas.

Também a multiplicidade de oradores fomentou a partilha de ideias e de experiências entre todos os participantes do evento, como é o caso de Ricardo Marvão, cofundador da Beta-i,  associação que promove o empreendedorismo nacional desde 2010.

Destacando a rápida velocidade a que o mercado evolui, o empreendedor defende que não há uma receita para o sucesso, mas antes “um conjunto de metodologias para a receita mais adequada para cada realidade”, contudo “resiliência e paixão” é algo que não pode faltar.

“A sorte é apenas uma variável e podemos ser mais ou menos criativos, mas a resiliência e a paixão com que apresentamos uma ideia são preponderantes. Há que ser um bom contador de histórias, até porque se fosse fácil, toda a gente o fazia”, remata.

E organizar um evento como a Rock in Rio Innovation Week também não terá sido uma tarefa fácil, embora “parte dela tenha acontecido de uma forma orgânica, muito por culpa das conversas que iam acontecendo com os parceiros ao longo do processo”, disse Francisco Santos. No entanto, o responsável realça o “fantástico envolvimento dos parceiros e o engajamento dos speakers dos quais constam nomes incríveis” e, uma vez que o projeto piloto está a correr de uma maneira que superou as expetativas da organização, “claro que existe a intenção de se fazer uma segunda e terceira edições”.

As próximas edições poderão acontecer não só em Lisboa, mas em outros lugares onde aconteça o RiR, visto que a Innovation Week “tem tudo para ser o começo de algo muito grande”, concluiu o Project Manager.