A Microsoft anunciou planos para atingir a negatividade carbónica até 2030. A ideia é que a tecnológica consiga ser capaz de retirar mais carbono da atmosfera do que aquele que emite.

"Apesar de o mundo ainda precisar de atingir a neutralidade carbónica, consideramos que aqueles que podem mexer-se mais rápido, devem fazê-lo", escreveu, num comunicado, Brad Smith, presidente da Microsoft. "É por isso que hoje estamos a anunciar um objetivo ambicioso e um novo plano para eliminar a pegada carbónica da Microsoft", concluiu.

Recorde-se que, há dois anos, a empresa tinha estabelecido o ano de 2030 como meta para concretizar uma redução de 75% nas suas emissões, pelo que este anúncio representa um salto substancial nas suas ambições.

Note que a empresa compromete-se a eliminar uma quantidade de carbono igual à que emitiu para a atmosfera, desde 1975, com a utilização de energia elétrica.

Pressão na redução de emissões de carbono: Google e Amazon apostam na sustentabilidade ambiental
Pressão na redução de emissões de carbono: Google e Amazon apostam na sustentabilidade ambiental
Ver artigo

Nos planos está também o lançamento de uma iniciativa que ajude os fornecedores da marca a reduzirem a sua própria pegada e a criação de um fundo de inovação, no valor de mil milhões de dólares, que vai incentivar o desenvolvimento de tecnologias relacionadas com a causa.

Daqui em diante, a Microsoft quer também tornar-se mais criteriosa no processo de seleção de parceiros, uma vez que vai passar a usar a sustentabilidade como fator decisório.

O progresso e o impacto de todas estas medidas passarão a ser reportadas num relatório de sustentabilidade ambiental que terá uma periodicidade anual.

A curto prazo, a empresa vai focar-se em reduzir as emissões de "âmbito 1" e "âmbito 2". As primeiras são as emissões diretas, criadas por atividades de produção. As de "âmbito 2" são as indiretas, geradas pela produção da energia que sustenta as atividades diárias da empresa. Para tal, a Microsoft vai utilizar apenas energia proveniente de fontes renováveis e isso não implica apenas alimentar as suas infraestruturas com energia verde, mas também mudar as suas frotas de veículos, por exemplo.

As emissões de "âmbito 3" serão as mais complicadas de contrariar, uma vez que dizem respeito a todas as outras atividades resultantes do funcionamento da empresa - as viagens de negócios, o tempo útil dos aparelhos elétricos, etc. A tecnológica planeia reduzir estas emissões pela metade, ao longo dos próximos dez anos. Neste domínio, a redução será financiada pelos departamentos da empresa, através do pagamento de uma "taxa de carbono", que servirá para alimentar os seus esforços de sustentabilidade.

Os planos da gigante norte-americana são claramente ambiciosos. Uma coisa é atingir a neutralidade carbónica, mas dar o passo no sentido da negatividade poderá obrigar outras marcas a endereçarem esforços nesse sentido.