Fundada em 2015, a Design Pickle conta já com mais de 500 designers um pouco por todo o mundo, tendo realizado mais de 1,25 milhões de trabalhos para mais de 4.000 clientes e, em 2021, voltou a ser destacada pelo terceiro ano consecutivo na lista Inc. 5000 como uma das empresas com mais rápido crescimento nos Estados Unidos.

Recentemente, a empresa, que disponibiliza um serviço de design por subscrição, recebeu um investimento de 25 milhões de dólares da Colorado River Partners, que será utilizado para a sua expansão, incluindo em países como Portugal, onde, atualmente, conta com uma equipa de cinco membros.

A cargo do processo de implementação da empresa em Portugal esteve a startup portuguesa Bridge In, que ajuda empresas estrangeiras a estabelecer operações e a recrutar no país. Mas, como é que é trazer uma empresa dos Estados Unidos para Portugal, sobretudo num contexto marcado pela pandemia?

Ao SAPO TEK, Russ Perry, fundador e CEO da Design Pickle, conta que conheceu a Bridge In e Pedro Henriques, CEO da startup portuguesa, quase por acaso e que, a partir daí, começou a aprender mais sobre Portugal, sobre o talento que existe no país e sobre as possibilidades que a proximidade com a Europa poderia trazer para a empresa.

“Decidimos fazer uma experiência e começamos por contratar uma pessoa”, detalha. Mais tarde, a empresa apercebeu-se de que a experiência acabou por superar as suas expetativas e que o que a Bridge In lhes tinha dado a conhecer “não era só verdade, era melhor do que isso”.

Apesar do contexto de pandemia, que obrigou muitas empresas a alterar a forma como funcionavam, Russ Perry afirma que a Design Pickle não sentiu tanto o impacto da crise de saúde pública uma vez que sempre foi uma empresa remota.

“Como sempre trabalhámos remotamente estávamos preparados. Muitas empresas tiveram de fazer essa mudança e, para muitas, os dois últimos anos foram como navegar por algo desconhecido”, afirma. “Acredito que conseguimos fazer boas contratações durante este período de transição porque estávamos preparados”.

Apesar de a Design Pickle se sentir preparada para lidar com o contexto da pandemia, o responsável recorda que o processo de expansão para outros países nem sempre é uma tarefa fácil. Por exemplo, no caso da Austrália, um dos países onde a empresa também opera, Russ Perry descreve o processo como um “pesadelo”, marcado por muitos desafios e “barreiras” relacionadas com bancos e documentação.

“O desafio com qualquer país é que não sabes como vão ser as coisas até que as comeces a fazer”, enfatiza. Assim, as dificuldades sentidas no processo de implementação em outros países foram um dos motivos que levaram a Design Pickle a optar pela Bridge In na altura de estabelecer operações em Portugal.

Em linha com o CEO da Design Pickle, Pedro Henriques indica que ter alguém que esteja preparado para ajudar a navegar pelo processo de implementação num novo país é uma vantagem, porque, de modo geral, as empresas costumam subestimar a quantidade de aspetos que têm de ser resolvidos e de barreiras que precisam de ser ultrapassadas para que possam estabelecer operações.

O que leva as empresas estrangeiras a investir em Portugal?

Talento, proficiência na língua inglesa e profissionais com boas competências técnicas são para Pedro Henriques alguns dos principais motivos que levam as empresas estrangeiras a investir em Portugal.

O responsável destaca ainda uma característica em particular, a capacidade de “desenrascar” e de adaptação aos diferentes desafios que vão surgindo, que se apresenta como uma vantagem interessante.

Para Russ Perry, ter uma equipa a funcionar num fuso horário oposto é também uma grande vantagem. “A equipa de desenvolvimento de software em Portugal está cerca de oito horas à frente da equipa nos Estados Unidos. (…) De um ponto de vista logístico, ter equipas na Europa é algo que nos permite fazer mais por dia e por semana”, indica.

Ter uma equipa diversa, tanto a nível de visões e de experiências de vida, é algo que a Design Pickle valoriza, assim como a no que toca ao nível de formação dos colaboradores, que, segundo o responsável, permite ter uma maior variedade de formas de solucionar problemas.

“Alguns dos nossos melhores solucionadores de problemas estão na equipa portuguesa”, sublinha Russ Perry. “Essa capacidade de pensar de forma mais crítica tem sido fantástica e isso é uma parte importante da nossa estratégia em Portugal, à medida que crescemos e que consolidamos a nossa equipa”.

Consolidar uma equipa num novo país é muito mais do que simplesmente publicar anúncios em plataformas de procura de trabalho. Nas palavras de Pedro Henriques, ter um sentido de comunidade é fundamental e fomentar uma cultura baseada na empatia e espírito de equipa faz parte da visão da Bridge In, algo que a Design Pickle coloca também em prática nos países onde opera.

Olhar para o futuro com crescimento em mente

Continuar o processo de crescimento é uma das prioridades da Design Pickle em Portugal, além de pretender fomentar cada vez mais a sua própria cultura. Segundo Russ Perry, nos próximos 12 meses, a empresa espera ver a sua equipa aumentar de cinco para entre 10 a 12 pessoas, tendo em vista o objetivo de torna-la num dos seus hubs de engenharia.

“Creio que [em Portugal] temos a vantagem de podermos ser altamente competitivos nos postos de trabalho que estamos a criar. É muito mais difícil fazer isso, por exemplo, nos Estados Unidos, porque existem muitos mais negócios a competir pela mesma quantidade de talento”, afirma Russ Perry.

Para a Bridge In, o crescimento é também uma das metas para o futuro e, como indica Pedro Henriques, a empresa espera duplicar a dimensão da sua equipa ao longo da primeira metade de 2022. Investir em novas formas de digitalizar e trazer mais automação e eficiência ao processo de gestão é outro dos objetivos da startup portuguesa.

Ainda este ano, a empresa gostaria de expandir as suas operações para Espanha, embora Pedro Henriques admita que o objetivo é particularmente ambicioso. Olhando para os próximos três a cinco anos, a Bridge In quer ir ainda mais longe e espera estar presente em quase toda a Europa.

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