Durante o painel “Grow or Grow: Scaling up in Portugal” no Web Summit discutiram-se as estratégias que permitiram Lisboa transformar-se num hub de inovação para o futuro. Na sessão estiverem presentes António Dias Martins, CEO da Startup Portugal e Gil Azevedo, diretor executivo da Fábrica de Unicórnios Lisboa.

"O que é a Fábrica de Unicórnios de Lisboa?" foi a pergunta que deu início à discussão. A resposta pareceu ser bem simples: um espaço que se tornou um centro para atrair empresas e startups, que recebem ajuda para obter o apoio das instituições da cidade e acesso a financiadores. Tem programas de aceleração, hubs para startups que se podem juntar e criarem uma rede em diversas formas verticais, explicou Gil Azevedo.

Segundo António Dias Martins, para transformar uma ideia numa startup é preciso ter talento e dinheiro, e para isso há que procurar onde estão esses dois elementos: “Portugal é um dos melhores lugares para isso em todo o mundo, pelos programas de mentorship, suporte e financiamento para qualquer empreendedor começar um negócio em Portugal. Portugal tornou-se um dos principais polos de atração na Europa e para as scalleups cresceram para o mundo”.

O que mudou para Portugal se tornar o “porto de abrigo” para mais de mil startups? O talento e as universidades portugueses estão a gerar engenheiros e cientistas de grande qualidade, segundo António Dias Martins. “Isso significa que sabemos fazer as coisas, temos pessoas práticas. Não somos um país grande ou um mercado poderoso, mas conseguimos construir uma scaleup desde raiz e fazê-la crescer”.

Afirma ainda que nos últimos 10 anos foram criados programas e incentivos para ajudar as startups, com mais de 100 incubadoras, test beds com condições especiais para testar negócios, programas de aceleração e outros. “Não se trata apenas de talento e pessoas, mas políticas criadas nos últimos 10 anos que tornaram Portugal num dos melhores países do mundo para começar um negócio”.

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Sete em 10 empresas são tecnológicas, uma comparação apenas feita com os Estados Unidos. Grande parte das maiores empresas nacionais estão relacionadas com a tecnologia, disse António Dias Martins. As empresas tecnológicas crescem rapidamente e não precisam de infraestruturas para crescer, sejam lojas ou fábricas, em comparação com as empresas tradicionais.

Gil Azevedo deu o exemplo de uma startup francesa que iniciou em 2022 o seu negócio em Lisboa, sem conhecer o tecido empresarial em Portugal. Começou numa das incubadoras nacionais, nos programas de startups, ajudado por mentores, conseguiu criar uma grande rede em Lisboa e em Portugal, tendo criado um protótipo. Está neste momento a criar o seu plano de internacionalização, dando desta forma um exemplo de como a Fábrica de Unicórnios foi essencial para a expansão desta startup. “É muito fácil a todos transformarem uma ideia de raiz até ao momento de scaleup”, refere.

O ecossistema de empreendedorismo torna mais fácil cruzar as startups com os grandes stakeholders, colocando em contacto com investimentos e agentes relevantes aos negócios. É ainda referido os passos significantes para diminuir a burocracia e simplificar a legislação para esta área de atividade. É um ponto de entrada para o mercado europeu e africano, assim como a América Latina. E geograficamente estamos muito próximos dos Estados Unidos também. O clima e o ambiente acolhedor de Portugal são também atrativos para as startups internacionais se fixarem no país.

Lisboa tornou-se importante pela qualidade de vida, o acesso fácil a talento, as condições naturais da cidade são boas para as startups se instalarem. O compromisso da Câmara de Lisboa em colocar a cidade no mapa como um hub tecnológico, com os investimentos feitos, tornaram a capital de Portugal uma meca empresarial. A rede de investidores, à procura de oportunidades, o mentorship, acesso a especialistas, são outros elementos que tornaram Lisboa um polo importante. “O surf é o quarto elemento de atração”, refere Gil Azevedo com humor, mas sendo Lisboa uma das capitais mais seguras do mundo é outro ponto destacado por António Dias Martins.

Não ter medo de falhar, pedir ajuda a mentores, estudar o mercado e a capacidade de ter ideias para se destacar da concorrência são elementos-chave para o sucesso de uma startup, segundo os intervenientes do painel.

A Startup Portugal e a Lisboa Unicorn Capital, juntamente com a Câmara Municipal de Lisboa, criaram um conjunto de sessões para apresentar o Ecossistema Empreendedor de Portugal e de Lisboa. Estas sessões, conhecidas como Innovation Tracks, vão ser apresentadas a 1.000 participantes do Web Summit, que poderão conhecer os principais players deste ecossistema.

Estas sessões vão abordar diferentes temas, tais como a Impact & Blue Economy que decorre na Casa do Impacto; a Digital Transformation & AI na Labs Lisboa: Web3 que decorre na Poolside, Healthtech disponível no Tec Labs: Centro de Inovação; Fintech a partir da Fintech House; e a Unicorn Capital a decorrer na Unicor Factory Lisboa.

De notar que foi criada uma ferramenta de matchmaking, que liga startups a investidores e outros players do ecossistema, fortalecendo a exploração de oportunidades de Lisboa e Portugal, simplificando o networking, a capacidade de encontrar investimentos, assim como expandir as ligações durante a presente edição do Web Summit.

O SAPO TEK mudou a redação para o Web Summit e até 16 de novembro está a acompanhar tudo o que se passa na conferência e e nos eventos paralelos que sempre decorrem em Lisboa a par da conferência. agenda é longa e há muito para descobrir dentro e fora dos palcos.

Pode acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023 e também ver a transmissão em direto do palco principal com o SAPO.