Depois de uma introdução por parte do Presidente do Parlamento Europeu, que detalhou os desafios de gestão de dados, e de uma intervenção de Mark Zuckerberg, que voltou a pedir desculpas pelas falhas na proteção de dados, chegou a vez dos eurodeputados colocarem as suas questões.

A sessão, que deveria decorrer até às 19.30 em Bruxelas, 18.30 de Portugal, mostra que os eurodeputados fizeram o trabalho de casa, mas também que Mark Zuckerberg está igualmente preparado, e ter sido bombardeado com perguntas, dos vários líderes parlamentares, só pediu para repetirem uma única vez. Não se repetiram algumas das perguntas mais inusitadas que aconteceram nos EUA.

Mark Zuckerberg volta a pedir desculpas... desta vez aos europeus. Mas os eurodeputados não ficaram contentes
Mark Zuckerberg volta a pedir desculpas... desta vez aos europeus. Mas os eurodeputados não ficaram contentes
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Entre perguntas mais políticas, práticas e até um pouco técnicas, assim como económicas, não faltaram também a partilha de experiências pessoais, ou da comunidade, entre as quais a história de um jovem que se suicidou depois de sofrer bullying no Facebook. E algumas perguntas muito diretas, com opção de Sim ou Não.

Veja algumas das principais perguntas colocadas:

- O Cambridge Analytica é um caso isolado, ou há mais casos?
- Porque é não informou os utilizadores do caso, e evitou a transparência na altura?
- No congresso americano, foi perguntado o nome de uma concorrência, várias vezes, mas sem sucesso de resposta. Considera o Facebook um monopólio?
- O que o Facebook vai fazer com as contas falsas, utilizadas para criar campanhas políticas?
- Quando o Facebook recolhe a informação por 10 dias, este é um ciclo contínuo. O que acontece se não tiver uma conta, a internet continuará a recolher informação? Vocês comercializam e recolhem informações de pessoas que não utilizam o Facebook?
- Está a dizer mesmo a verdade e vai introduzir o regulamento?
- Vai cooperar com a Europa e com as autoridades?
- É ou não um monopólio?
- É um bom negócio manter o Instagram, Messager e WhatsApp?
- Tem mecanismos para os utilizadores controlarem a publicidade quando são alvos e defenderem-se retirando-se da base de dados?
- Consegue erradicar todas as contas falsas?
- O Facebook é uma plataforma neutra, multimédia ou de publicidade?
- O Facebook vai pagar taxas nos países onde opera?
- O Facebook é compatível com os valores fundamentais como as liberdades pessoais?
- Que critério legal é tido em conta para fechar páginas que expressam questões legítimas?
- A questão das fake news é uma nova desculpa para restringir  liberdades?
- O aumento de falsas contas de Facebook têm como alvo os mais jovens. O que pretende fazer e como está a trabalhar com terceiros para prevenir e ensinar um uso “correto” da internet?
- Como é que define quais são as benchmarks a usar para encerrar perfis e contas?
- O escândalo da Cambridge Analytica é mais do que nunca uma questão de ética e de valores. O Facebook verifica se as companhias contratadas fazem o que lhes compete, sem comprometer os direitos e liberdades dos utilizadores?
- Que medidas específicas vão ser tomadas pela rede social para assegurar e garantir aos cidadãos de que garante os seus direitos e liberdades civis de acordo com o RGPD e quando vai acontecer. Uma data concreta é necessária.
- Questão da privacidade nas apps é apenas a ponta do iceberg ou é todo o iceberg?
- Deve indicar quais são as medidas concretas e o que é “estar comprometido com o RGPD?” Vai cumprir todos os passos que o Regulamento exige?
- Assegura que, a partir de 6ª feira, nenhum utilizador tem que dar mais consentimento do que é necessário para aceder ao serviço?
- Afirmou no Senado que "recolhem dados por questões de segurança" - assegura que estes dados não são usados para outros propósitos?
- Compromete-se que a partir de 6ª não vai haver cruzamento de dados entre as plataformas WhatsApp e Facebook?

Mark Zukerberg tomou notas ao longo de quase uma hora de perguntas, de forma atenta e séria, e só teve de pedir para repetir uma das questões, algumas das quais foram feitas na língua original dos eurodeputados e traduzidas para inglês por tradutores. Para s respostas, e alegando a pressão do tempo, o criador do Facebook optou por responder por temas de questões, o que não agradou aos eurodeputados que exigiram que as respostas sejam apresentadas de forma individualizada, por escrito, afirmando que algumas perguntas muito importantes ficaram por responder.

Nota da Redação: a notícia foi atualizada durante a audição com os eurodeputados. Última atualização 19h23.

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