Os planos da Google para acabar com os cookies de terceiros, durante a navegação online começaram em janeiro. Foi um teste com apenas 1% dos seus utilizadores, prevendo-se a mudança definitiva para o início de 2025. Isto depois de vários adiamentos deste novo paradigma, na promessa de introdução de ferramentas que garantissem as informações necessárias aos anunciantes, mas ao mesmo tempo protegessem a privacidade dos utilizadores.

Com muitos meses pela frente até à eliminação dos cookies, a Google acaba de anunciar que afinal não vai concluir esta estratégia. As conclusões chegadas é que a eliminação dos cookies teria um grande impacto nos anunciantes e nos publishers online. Numa nota no blog da Privacy Sandbox da Google, o vice-presidente Anthony Chavez refere que o objetivo era melhorar a privacidade dos utilizadores e ao mesmo tempo preservar uma internet suportada pela publicidade online, que liga os negócios aos clientes e publishers aos leitores, numa oferta de conteúdos de acesso gratuito.

Chrome sem cookies de terceiros já chega a 1% dos utilizadores. O que muda no browser da Google?
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Durante a fase de planeamento e primeiros testes efetuados, a Google foi recolhendo o feedback dos reguladores, publishers, developers da web, responsáveis por criar os standards da indústria, a sociedade civil e representantes da indústria dos anúncios. Os testes indicaram que as APIs da Privacy Sandbox têm potencial para atingir o melhor dos dois mundos, mas que a transição tem um grande impacto para todos, sobretudo nos anúncios e publishers.

Com isso, a Google refere já não vai eliminar os cookies de terceiros, mas sim introduzir uma nova experiência no Chrome que ajuda os utilizadores a fazerem escolhas informadas aplicadas a toda a navegação na internet. Os utilizadores vão poder ajustar as suas escolhas a qualquer momento. A nova estratégia está agora a ser discutida com os reguladores e em breve será apresentada à indústria.

As APIs da Privacy Sandbox vão continuar disponíveis para implementação e a Google vai continuar a investir para melhorar a privacidade e utilidade destas ferramentas. A fabricante planeia introduzir a proteção de IP no modo Incognito do Chrome.

A nova ferramenta que a Google ia introduzir para substituir os cookies chama-se Tracking Protection, que limita a capacidade dos websites rastrearem o que o utilizador visita nos seus movimentos online. Durante os testes, para garantir que a experiência online não fosse prejudicada pela mudança, o utilizador podia reverter a nova proteção contra cookies de terceiros. Os websites, para continuaram a funcionar normalmente, teriam de fazer algumas modificações e isso era uma das dificuldades da implementação.

Do lado dos utilizadores, sempre que o Chrome deteta problemas de navegação dava a opção de reativar temporariamente os cookies de terceiros e desativar o Tracking Protection.