Não faltam avisos para os problemas do uso excessivo das tecnologias em todas as idades, mas especialmente entre os mais novos, sobretudo pelos impactos na forma como socializamos, trabalhamos ou estudamos. Os benefícios e vantagens das novas tecnologias são vários, mas trazem também riscos que não conhecemos ainda na totalidade.

“Os jovens de hoje vivem num contexto nunca antes visto. A internet, redes sociais e mundo digital têm uma presença constante e imediata que veio revolucionar a vida de todos nós - a forma como comunicamos, como socializamos, como trabalhamos e como estudamos. Mas, no caso das gerações mais jovens, influencia também a forma como crescem” avisa Hugo Faria, pediatra no Hospital CUF Descobertas.

Filhos queixam-se que pais passam demasiado tempo nos smartphones
Filhos queixam-se que pais passam demasiado tempo nos smartphones
Ver artigo

O médico cita dados de um estudo de caracterização dos hábitos de utilização das novas tecnologias por crianças e jovens dos 0 aos 18 anos de idade, em que participou recentemente no Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas.

Segundo a informação, 90% das crianças e adolescentes acedem às novas tecnologias e que 69% utiliza as novas tecnologias por mais de uma hora e meia por dia. Nas crianças entre os 0 e 3 anos, 67% utilizam novas tecnologias.

YouTube vai pagar até 200 milhões de dólares por desrespeitar lei de privacidade online para crianças
YouTube vai pagar até 200 milhões de dólares por desrespeitar lei de privacidade online para crianças
Ver artigo

Para Hugo Faria “interessa discutir e sensibilizar as pessoas para o que acontece quando estas interações são substituídas por tempo passado em frente aos ecrãs”, sobretudo porque é durante os primeiros anos de vida que através de interações presentes e da estimulação sensorial se estruturam áreas muito importantes como a emoção, a cognição, a motricidade e a linguagem.

O Hospital CUF Descobertas vai organizar, no próximo dia 1 de outubro, a conferência “Internet a mais, convívio a menos”, que tem entrada gratuita e que pretende envolver no debate os adolescentes, professores, educadores e médicos.