Ainda esta semana, o governo francês apelou à Comissão Europeia para tomar medidas mais “apertadas” em relação à Shein, acusando a empresa chinesa de violar as leis europeias devido à venda de bonecas sexuais com aspecto infantil e de armas na sua plataforma de compras online.

Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt

Citado pela Agência Lusa, Thomas Régnier, porta-voz do executivo comunitário para a Soberania Tecnológica, afirmou que caso se verifique que a venda de produtos ilegais é um problema sistémico, “a Comissão não hesitará em agir”.

Questionado durante a conferência de imprensa diária da Comissão Europeia sobre o tema, o porta-voz avançou que Bruxelas está a acompanhar o caso, estando em contacto com as autoridades francesas.

Como avança a Euronews, a comissária europeia Henna Virkkunen vai encontrar-se hoje com ministros franceses para discutir o caso. Segundo Thomas Régnier, espera-se que a discussão traga mais clareza relativamente às medidas que o executivo comunitário poderá tomar.

As autoridades francesas apelam à Comissão para que tome uma ação imediata a nível europeu, uma vez que os produtos vendidos através da plataforma da Shein estão disponíveis para todo o mercado-único, não só na França.

“Face aos riscos sistémicos colocados por comportamento e às preocupações que levanta entre os cidadãos europeus, a União Europeia deve assegurar uma resposta firme relativamente a quaisquer falhas ou violações que possam ser identificadas”, defendem as autoridades.

A França avançou também com um processo para suspender temporariamente a Shein no país, levando a empresa a suspender o funcionamento da sua plataforma enquanto revê as suas políticas, noticia a Reuters. De acordo com a agência noticiosa, hoje ainda era possível aceder ao site da Shein na França, mas apenas às secções de venda de roupa.

Do seu lado, a Shein afirmou que proibiu a venda de produtos na categoria de bonecas sexuais a nível internacional, à qual se junta uma suspensão temporária no que toca aos produtos para adultos, à medida que avança com uma investigação interna.

Recorde-se que, em 2024, a Comissão Europeia adicionou a Shein à lista de grandes plataformas online que têm de cumprir as obrigações do Regulamento dos Serviços Digitais (DSA). 

A plataforma tem vindo a ser investigada pelo executivo comunitário, após uma investigação ter verificado práticas comerciais ilegais. A investigação continua em curso e, caso se verifique que não mudou as suas práticas, a empresa poderá enfrentar multas avultadas.

Além disso, em fevereiro deste ano, a Comissão Europeia pediu à Shein mais informação sobre como a plataforma está a cumprir as obrigações do DSA, em particular, no que diz respeito à presença de conteúdo e bens ilegais no seu marketplace, assim como sobre a transparência do seu sistema de recomendações.

Assine a newsletter do TEK Notícias e receba todos os dias as principais notícias de tecnologia na sua caixa de correio.