Um novo estudo mostra que mais de metade (51%) dos europeus via com bons olhos uma redução no número de deputados dos parlamentos nacionais, a favor de algoritmos com capacidade para aceder aos seus dados e maximizar a defesa dos seus interesses. Mais de dois quintos (42%) concorda também com a utilização de tecnologias de reconhecimento facial para verificar a identidade dos cidadãos e um terço confiaria mais num algoritmo do que num humano, para aprovar vistos ou calcular prestações de apoio social.  

Italianos, suecos e holandeses são os mais favoráveis à utilização da IA para reconhecimento facial, uma das áreas sensíveis de utilização da tecnologia, onde a UE quer impor várias limitações. 

Vale, no entanto, a pena sublinhar que nas várias áreas onde o estudo questionou os europeus sobre o interesse em verem sistemas de IA a tratar de diferentes questões - saúde, justiça ou finanças - em nenhuma delas houve mais gente a preferir a tecnologia ao tratamento humano. Ainda assim, fica claro que há disponibilidade para usar mais tecnologia em diversas áreas, como a do voto eletrónico, com 72% dos europeus a afirmarem que gostariam de votar através dos seus smartphones.

O estudo European Tech Insights 2021 aborda vários tópicos, e um deles é a forma como os europeus olham para as Big Tech e entendem o tratamento que deveria ser dado pelos seus governos a estas empresas. 

Conclui-se, por exemplo, que 65% dos inquiridos são a favor da criação de uma taxa específica para estas empresas e quase metade dos europeus (42%) defende que os governos devem aprovar medidas para limitar o poder destas empresas.    

O European Tech Insights 2021 foi organizado em duas partes. A primeira analisa a forma como a pandemia alterou a percepção e os hábitos dos europeus em áreas como a saúde, trabalho ou interações sociais. A segunda foca-se na forma como estamos a adotar e a olhar para tecnologias emergentes. As conclusões detalhadas neste artigo integram a 2ª parte do estudo. Portugal não foi um dos países incluídos na pesquisa conduzida pelo IE Center for the Governance of Change, que inquiriu cerca de 2.700 europeus em janeiro deste ano.