São designados como Exoplanetas, planetas fora do nosso sistema solar a orbitar outras estrelas semelhantes ao Sol, e alguns são indicados como "segundas Terras", com potencial para acolher vida. O mais próximo da Terra, o Proxima Centauri b, está a cerca de 4 anos luz de distância, o equivalente a cerca de 37,84 trilhões de quilômetros, mas nos últimos 30 anos os cientistas têm usado as novas tecnologias para encontrar mais planetas "perdidos" no vasto universo.

A NASA assinala agora um marco importante, o da descoberta de 6 mil exoplanetas, um número impressionante que decorre de um interesse na pesquisa do espaço e da melhoria dos instrumentos, com várias missões e telescópios dedicados a este propósito, entre os quais o telescópio espacial Kepler.

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Distantes, sem luz própria e pequenos na imensidão do espaço, estes planetas não são fáceis de descobrir e muito menos de "ver" ou fotografar. E antes de serem confirmados como exoplanetas são considerados apenas candidatos, passando ainda por um processo de validação.

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Uma das descobertas mais entusiasmantes dos últimos anos foi a do exoplaneta TRAPPIST-1, num sistema de sete planetas rochosos onde as condições avaliadas pelos cientistas tinham a maior probabilidade de poder acolher vida. Já este ano foram divulgados dados de observações feitas através do telescópio espacial James Webb que  permitiram verificar que, afinal, o exoplaneta TRAPPIST-1 d não tem uma atmosfera semelhante à da Terra, mas os cientistas não desistem.

Como se identifica um exoplaneta?

Os critérios para a classificação dos exoplanetas são bem conhecidos da comunidade científica e o número é monitorizado pelo Exoplanet Science Institute (NExScI) da NASA, localizado em Pasadena, na Califórnia. Para além dos 6 mil já confirmados, há mais de 8 mil exoplanetas na lista de candidatos, a aguardar uma confirmação do "estatuto".

E entre eles há muitas diferenças a considerar, entre planetas rochosos ou gigantes, a orbitar uma, duas ou três estrelas, ou em sistemas sem estrelas ou com estrelas mortas. Dos que estão classificados 1.761 são considerados "Super Terras" mas o maior número de planetas são semelhantes a Neptuno ou gigantes gasosos.

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Os cientistas admitem que existem milhares de milhões de planetas só na Via Láctea, mas encontrá-los é ainda um desafio e estão a ser preparadas novas missões, como o telescópio espacial Nancy Grace Roman e o observatório de mundos habitáveis, nos Estados Unidos.

"Cada um dos diferentes tipos de planetas que descobrimos fornece-nos informações sobre as condições em que os planetas se podem formar e, em última análise, o quão comuns podem ser planetas como a Terra, e onde devemos procurá-los", explica Dawn Gelino, chefe do Programa de Exploração de Exoplanetas (ExEP) da NASA~, sublinhando que "see queremos descobrir se estamos sozinhos no universo, todo este conhecimento é essencial."

O ritmo de descoberta e validação dos exoplanetas tem acelerado. Se a primeira descoberta foi registada há 30 anos, a lista da NASA chegou aos 5.000 exoplanetas há apenas três anos, subindo agora para os 6.000. A utilização de técnicas de astrometria e microlensing gravitacional, pode parte das missões Gaia da ESA e do novo telescópio Grace Roman, devem ainda impulsionar o número de descobertas.

Depois de identificados, os cientistas vão ainda analisar as bioassinaturas à procura de elementos, moléculas e substâncias que possam ser indicadores de vida nas atmosferas.

O último exoplaneta registado na lista da NASA é o GJ 536 c, descoberto este ano e situado a 34 anos luz da Terra. Os cientistas indicam que é semelhante a Neptuno e que tem uma massa de 5.89 Terras.

Quem tiver curiosidade para conhecer mais sobre os exoplanetas pode navegar no catálogo da NASA onde se encontram dados sobre o tipo de planetas e o método da descoberta.