
A comunidade científica continua a investigar o cometa 3I/ATLAS, descoberto em julho. Depois de ter sido captado pelo Hubble, o terceiro “visitante” interestelar detetado no nosso Sistema Solar já foi observado pelo telescópio James Webb.
Uma equipa de investigadores analisou um conjunto de observações realizadas através do instrumento NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph) do telescópio no início de agosto.
De acordo com as suas conclusões, partilhadas num novo estudo que foi submetido para a revista científica Astrophysical Journal Letters, a nuvem de gás e poeira em torno do núcleo do 3I/ATLAS é composta principalmente por moléculas de dióxido de carbono.
Com esta descoberta, os investigadores apontam para a possibilidade de o cometa ter um núcleo que é intrinsecamente rico em dióxido de carbono, o que sugere que se poderá ter formado num ambiente com níveis de radiação superiores àqueles que são encontrados no nosso Sistema Solar.

Outra das possibilidades apontadas pela equipa é a de o cometa se ter formado numa zona específica do disco protoplanetário em torno da sua estrela principal. Na nuvem de gás e poeira que rodeia estrelas “jovens”, e a partir da qual se formam planetas, cometas e asteroides, há uma zona onde a temperatura é suficientemente baixa para que o dióxido de carbono congele.
Além disso, a ausência de moléculas de água na nuvem de gás e poeira em torno do núcleo do 3I/ATLAS sugere que a superfície do cometa poderá ter características invulgares.
Mas o telescópio James Webb não foi o único a observar o misterioso “visitante” interestelar. O observatório espacial SPHEREx (Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer) também o conseguiu captar em agosto, revela a NASA.
De acordo com a agência espacial norte-americana, as observações feitas pelo SPHEREx, feitas entre os dias 7 e 15 deste mês, estão a ser agora a ser analisadas pela equipa responsável pelo observatório. De acordo com os cientistas, as primeiras análises, centradas na luz emitida pelo cometa, também mostram que a nuvem de gás e poeira em torno do núcleo é abundante em dióxido de carbono. Além disso, foi possível identificar a presença de água gelada no núcleo do cometa.
Recorde-se que as mais recentes observações feitas através do Hubble já tinham dado aos astrónomos mais informação para estimar com maior precisão a dimensão do núcleo do cometa. Acredita-se que o núcleo pode ter, no máximo, 5,6 quilómetros de diâmetro, embora o tamanho mínimo estimado seja de 320 metros.
O Hubble também conseguiu captar uma pluma de poeira expelida por um dos lados do 3I/ATLAS, além de indícios de uma cauda de poeira que se parece estender a partir do núcleo.
Segundo a NASA, o 3I/ATLAS está a atravessar o nosso Sistema Solar a uma velocidade impressionante, rondando 209 mil quilómetros por hora. Esta é a maior velocidade alguma vez registada para um objeto espacial deste tipo, sendo também um indício de que o cometa tem viajado pelo Espaço interestelar durante milhares de milhões de anos.
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