
Por Christian Moser (*)
E se pudéssemos ter superpoderes no nosso dia a dia, apenas mudando a forma como interagimos com a tecnologia? Embora possa parecer bom demais para ser verdade, isso já é possível graças à inteligência artificial (IA). Conhecida principalmente pelo seu impacto no mundo do trabalho, a IA tornou-se algo muito mais poderoso: uma parceira criativa, companheira de pensamento e até coach de bem-estar. E tem transformado não só a forma como trabalhamos, mas também a maneira como vivemos. Só precisamos de aprender a usá-la.
Hoje, a IA já consegue fazer coisas que, há poucos anos, só podiam ser feitas por humanos. O seu potencial vai muito além do contexto profissional - pode realmente melhorar a nossa qualidade de vida, não só pela capacidade de nos fornecer informação, mas também por produzir resultados e dar-nos inputs que parecem profundamente humanos. É como ter uma caixa de ferramentas infinita sempre à mão. Mas como podemos usar esses superpoderes no nosso dia a dia?
No meu caso, a IA tornou-se parte integrante da forma como trabalho, penso e até como me divirto. Não se trata apenas de ser mais rápido ou eficiente - é como ter um grupo de amigos superinteligentes à minha volta, sempre prontos a ajudar. Seja a desenhar uma estratégia ou a pensar numa nova ideia, ajudam-me a construir, testar e dar vida ao que imagino. Em vez de trabalho, torna-se mais uma jam session criativa onde nunca estou sozinho.
No trabalho, ferramentas como o ChatGPT ajudam-me a afinar mensagens-chave, co-criar documentos de apresentação e prototipar fluxos de UX iniciais. Quando programo, ferramentas como o GitHub Copilot e o Claude permitem-me pensar, planear e escrever código com facilidade - é basicamente desenvolver com um parceiro que nunca se cansa. O Firefly e o Sora também são úteis para visualizar rapidamente conceitos. Em vez de começar com uma página em branco, começo com uma ideia e a IA ajuda-me a moldá-la. Tudo o que precisamos é de um prompt bem pensado, que forneça o contexto necessário para gerar o melhor resultado possível.
Na minha vida pessoal, a IA ajuda-me a explorar o meu lado mais criativo. Sempre tive interesse por música e, com a ajuda do Suno - uma plataforma que permite criar música com IA -, consigo transformar uma melodia ou uma emoção numa canção completa, apenas descrevendo o que quero. Isso torna o processo de criação muito mais dinâmico e produtivo. Esta ferramenta permitiu-me ter algumas das minhas músicas no Spotify, algo que nunca pensei que fosse possível.
Com a ajuda da IA, até a minha rotina de saúde mudou. Através das apps do meu smartwatch consigo monitorizar o meu estado físico e detetar padrões, recebendo alertas quando algo não está bem, o que me ajuda a manter uma vida saudável de forma proativa. Por exemplo, uma vez detetou que a minha média de batimentos cardíacos baixou quando comecei a treinar mais regularmente, o que confirmou que o esforço estava a compensar. Também já me alertou que eu podia estar a ficar doente, com base em alterações subtis nos meus sinais vitais. É como ter um verdadeiro coach de bem-estar que me conhece mesmo bem.
Embora algumas pessoas tenham receio de que a IA lhes retire criatividade, para mim acontece precisamente o contrário: não estou a perder criatividade, estou a direcioná-la. Hoje, conseguimos explorar mais ideias, iterar mais rapidamente e concretizar coisas que antes estavam presas na nossa imaginação. Para isso, só precisamos de curiosidade, vontade de experimentar e de tentar perceber as possibilidades destas inovações, sempre com sentido crítico. Se o conseguirmos fazer, vamos alcançar muito mais do que alguma vez conseguiríamos sozinhos.
Afinal, a IA não está aqui para nos substituir, mas para ampliar as nossas capacidades e transformá-las em verdadeiras forças. Porque esta já não serve apenas para nos ajudar a fazer mais: ajuda-nos a ser mais. E cabe a nós decidir como queremos usar estes superpoderes.
(*) Designer & Technologist na Zühlke
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