Por Pedro Branco (*)
Nos últimos meses, uma série de conceitos tecnológicos têm entrado no vocabulário do nosso dia-a-dia: Inteligência Artificial, Cibersegurança, Data Science, Machine Learning, entre muitos outros conceitos. Estamos hoje, de uma forma mais acelerada que nunca, a viver um novo paradigma da Era Digital.
Sendo o setor tecnológico um dos mais dinâmicos e inovadores, leva a que seja, com igual intensidade, um dos que enfrenta maiores desafios na captação e retenção de talento. A rápida evolução das tecnologias de informação e a crescente digitalização das organizações exigem profissionais com competências exigentes e adequadas a este novo paradigma.
Apesar da eleva escassez de talento, as intenções de contratação são otimistas. De acordo com o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, correspondente ao segundo trimestre de 2023, o setor das Tecnologias da Informação conta com uma projeção para a criação líquida de emprego de +32%. Segundo a consultora de Recursos Humanos, Robert Walters, as funções mais procuradas pelas empresas deste setor em Portugal são Gestores de Dados e Analítica, Engenheiros de DevOps e Gestores de Cibersegurança.
Estes perfis são procurados pela sua capacidade de gerir e analisar grandes volumes de dados, de integrar e automatizar processos de desenvolvimento e operação de software, e de garantir a segurança dos sistemas e da informação. Além disso, são valorizadas competências técnicas específicas, como o domínio de linguagens de programação (Python, Node.js), de bases de dados (Mongo DB, MySQL) e de ferramentas de cloud computing (AWS, Azure).
No entanto, o principal desafio na captação de talento neste setor prende-se no facto de que, atualmente, para dar resposta à complexidade do setor tecnológico, somente as competências técnicas já não são suficientes.
As empresas procuram profissionais com soft skills - ou competências comportamentais - que lhes permitam adaptarem-se à mudança constante, trabalhar em equipas multiculturais, comunicar eficazmente e resolver problemas complexos. Estas competências são essenciais para lidar com os desafios da Era digital, que requerem criatividade, colaboração e pensamento crítico.
Para a questão de “quais as competências mais difíceis de encontrar em tech?”, a resposta acaba por não ser a competência A ou B. Nos dias que correm, a dificuldade prende-se em encontrar perfis holísticos que combinam conhecimentos técnicos avançados com habilidades comportamentais adaptáveis. Tão importante como dominar as últimas tendências tecnológicas, é essencial a habilidade de resolução de problemas, criatividade e capacidade de aprendizagem contínua. Só desta forma será possível responder às exigências do mercado e garantir a inovação e a competitividade das empresas do setor.
(*) CTO da Weezie
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