Por Gonçalo Consiglieri (*)
A Inteligência Artificial (IA), mais do que uma buzzword, representa o nosso futuro. Falo, claro, da promessa de um amanhã em que podemos recorrer à tecnologia para simplificar o nosso dia-a-dia. A verdade é que já ouvimos falar deste termo há bastante tempo, e fazemos parte de uma geração que está a assistir a uma integração de soluções de IA em praticamente tudo.
As empresas esperam que a Inteligência Artificial e ferramentas de Machine Learning alterem fundamentalmente as suas operações nos próximos anos. Segundo a Forbes, 83% das empresas consideram a implementação de IA uma prioridade estratégica e, para tal, precisam de investir em conhecimento especializado e em talento tecnológico. No entanto, do outro lado da moeda, de acordo com um estudo de 2017 feito pela Deloitte, 40% das empresas acreditam que investir em tecnologia e formações de inteligência artificial é algo bastante dispendioso.
Mas e se propusermos uma solução que incorpora IA no-code, ou seja, sem recurso a código, e por isso, de fácil aprendizagem?
É aqui que entram os “No Code Data Scientists”. Isto é, colaboradores que, devido à implementação de programas de IA que vêm automatizar alguma parte do seu trabalho, têm de aprender a utilizar as plataformas e conseguem atuar como “programadores”, sem ter qualquer formação académica de programação ou de engenharia informática. De certa forma, este tipo de soluções estão a incentivar uma requalificação de postos de trabalho precários, ao ajudá-los também a acompanharem a inovação tecnológica no mercado, de um modo pouco dispendioso para as empresas.
Assistimos a um exemplo prático desta nova “profissão” no processo de transformação de assistentes de Contact Center do setor da banca e de seguros, que utilizam IA para automatizar interações repetitivas na assistência ao cliente. Atualmente, em vez de tornar uma equipa obsoleta, estas empresas estão a tornar os seus assistentes em mestres de plataformas no-code. Nenhum deles tem experiência prévia nestas soluções , mas, graças a novas empresas tecnológicas, que desenvolvem plataformas de conversação inteligentes, estes não só conseguem trabalhar com Inteligência Artificial, como também aumentar a eficiência das suas equipas, dedicando-se às tarefas que realmente precisam da sua intervenção.
Neste sentido, tendo em conta o impacto destas ferramentas, devemos olhar para a inteligência artificial como uma forma de valorizar a mão de obra e não como uma substituição de recursos humanos. Especialmente no atendimento ao cliente, tal nunca deverá ser considerado, pois a vertente humana é e será sempre bastante valorizada pelo cliente final.
Acredito assim que o futuro da tecnologia também assentará na implementação destas soluções sem recurso a código. Desta forma, conseguimos democratizar o acesso a bases tecnológicas, e requalificar mão de obra sem a necessidade de investir tanto em formação técnica.
(*) Cofundador da Visor.ai
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