Por Duarte Santiago Pinto (*)

Vivemos numa era em que a rapidez com que uma empresa consegue transformar uma ideia em realidade digital pode ser a diferença entre liderar o mercado ou ficar para trás. Os ciclos de negócio são cada vez mais curtos, os clientes esperam respostas imediatas e a concorrência está sempre a inovar. Neste contexto, a forma tradicional de desenvolver software — muitas vezes lenta, complexa e dispendiosa — já não acompanha este ritmo.

É aqui que entra o low-code, que nos apresenta uma nova forma de pensar a inovação dentro das organizações: mais ágil, colaborativa e próxima do negócio. Tradicionalmente, criar uma aplicação significava meses de planeamento, desenvolvimento e testes. Com algumas ferramentas de low-code existentes no mercado, como o Mendix, esse ciclo reduz-se drasticamente: a plataforma permite construir aplicações empresariais em semanas — e, em muitos casos, em apenas alguns dias — graças à utilização de componentes visuais e automação de processos que simplificam o desenvolvimento.

Mais do que uma questão técnica, permite uma mudança profunda no modelo de negócio, pois quando uma organização consegue testar uma nova ideia rapidamente, lançar um produto digital em tempo recorde ou adaptar-se de imediato a uma mudança no mercado, ganha uma vantagem competitiva real. A velocidade deixa de ser apenas um “desejável” e passa a ser uma peça central da estratégia.

Com ciclos de desenvolvimento curtos e iterativos, as empresas podem começar com uma versão simples de uma aplicação, validá-la rapidamente junto dos utilizadores e ir adaptando a solução de forma contínua. Isto reduz significativamente o risco de falhar e permite tomar decisões com base em resultados concretos, e não apenas em planos e suposições.

Além disso, estas ferramentas permitem aproximar o negócio e a tecnologia e permitem que ambos os lados colaborem desde o início. A criação visual das aplicações facilita a comunicação e torna o processo mais transparente. Como? As equipas de negócio conseguem ver e validar rapidamente o que está a ser construído, e as equipas técnicas conseguem ajustar a solução em tempo real – seguindo princípios ágeis, como no Scrum, para iterar rapidamente e entregar valor continuamente. Este ciclo de experimentação constante cria uma cultura de inovação mais dinâmica e menos dependente de projetos gigantes e demorados.

No mundo atual, não basta ter boas ideias — é preciso executá-las rapidamente. As empresas que conseguem transformar necessidades em soluções digitais com agilidade são as que lideram mercados, criam melhores experiências para os clientes e respondem melhor às mudanças. Mais do que uma tecnologia, o low-code é um facilitador estratégico que permite às empresas fazer o que sempre quiseram fazer — inovar rápido, entregar valor e manter-se sempre um passo à frente da concorrência.

(*) Mendix Lead Developer na HCCM Consulting