A conquista do espaço passou do controlo dos governos (ou já não está tanto) para as mãos dos empreendedores e nem todos bilionários. Mesmo os que são, muitos deles “tiveram começos humildes, resolveram problemas em Terra e estão agora a investir o seu dinheiro, tempo energia e ligações para levar essas inovações para o espaço”, apontou Anna Sainsbury, cofundadora e CEO da GeoCompany, durante a sessão “Space isn’t just for billionaires” do Web Summit.
Entre os que não são nem nunca foram de todo bilionários vale “a paixão” e o agradecimento aos “’Elons’ [Musk] deste mundo que tornaram o espaço muito mais acessível”, acrescentou Delian Asparouhov. O cofundador e presidente da Varda Space Industries comparou o antes e o agora, entre a necessidade de construção de um sistema de lançamento próprio completo versus a termos algo parecido com pedir um Uber. “Ainda não estamos bem lá, mas estamos perto disso”, referiu. Isto porque a SpaceX lança foguetões “mais ou menos a cada seis dias e meio”, por isso, “se não vai neste [foguetão], pode ir à boleia no da semana seguinte”, completou o responsável, considerando que esta é uma altura espetacular para apostar no espaço e lançar uma empresa.
O espaço está efetivamente mais barato. Há uma década, lançar um foguetão rondava os 100 milhões de dólares, agora rondará os 1,9 milhões, segundo Delian Asparouhov. O custo de todos os componentes baixou bastante e “daqui a uns anos vai baixar ainda mais”. Possivelmente vai custar apenas entre 50 mil a 100 mil dólares lançar um satélite de grande dimensão.
A poluição é o preço a pagar?
Regulação e estratégia são essenciais para garantir a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, tanto na Terra como no espaço, apontou Anna Sainsbury. Já para Delian Asparouhov, a melhor forma de defender o espaço é mostrar os seus benefícios e isso pode passar pelo desenvolvimento de um novo medicamento pediátrico que só foi possível no espaço, exemplificou.
“Ir ao espaço causa alguma poluição pelo caminho, mas nada que se compare à explosão de um buraco negro”, disse Delian Asparouhov.
E porquê defender a ideia de que devemos transformar-nos numa espécie multiplanetária? Para Anna é uma questão “à empreendedor” de ter sempre um “plano B”, mas o foco principal deve ser garantir que o “plano A” funcione. A CEO da GeoCompany sublinhou que é importante continuarmos a inovar e não sermos limitados pelo que acontece na Terra, embora também seja importante, como economia, investir em assegurar “que vamos fazer o que está o nosso alcance para limparmos os nossos oceanos e o ar e preservar o que temos neste planeta maravilhoso”.
A má notícia é que nenhuma estratégia de limpeza vai evitar o Sol “engula” a Terra daqui a 4 mil milhões de anos, por isso "vamos ter de sair daqui de qualquer forma”, rematou Delian Asparouhov.
O SAPO TEK está a acompanhar toda a edição do Web Summit em direto até dia 4 de novembro. Veja todas as notícias aqui, seguindo também a transmissão em direto no palco principal.
Espreite ainda algumas das principais imagens que a equipa do SAPO TEK vai recolhendo por dentro do Web Summit
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