A União Europeia tem um grande potencial para ser um hub global de dados e Portugal tem a oportunidade de ser a “porta de entrada”, realçou Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas, na cerimónia de celebração da chegada do cabo submarino Equiano da Google a Portugal, em Sesimbra.
Em setembro de 2021, a Google assinou um contrato com o Estado Português para a concessão do cabo submarino Equiano, que ligará Portugal à África do Sul, com ligações, intermédias a Accra (Gana), Lagos (Nigéria), Swakopmund (Namíbia) e Rupert's bay (Santa Helena).
O contrato para a concessão do cabo com 15 mil quilómetros tem uma duração de 25 anos e espera-se que o cabo submarino, cuja amarração acontecerá até ao dia 23 de maio, na estação de cabos submarinos da Altice Portugal em Sesimbra, esteja pronto a operar no final de 2022.
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Como destaca o Primeiro-Ministro António Costa, a transformação digital coloca grande parte da sua grande parte da sua atividade no mundo virtual. Embora a distância física pareça algo irrelevante, as infraestruturas físicas continuam a ser importantes e neste sentido, Portugal apresenta uma relevância central, uma vez que é um ponto de feixe de vários cabos submarinos intercontinentais, como o EllaLink e, num futuro próximo, o cabo 2África, da Meta, casa-mãe do Facebook.
“Esta centralidade é importante por sermos um dos pontos de ligação às autoestradas do século XXI”, afirma António Costa. A conectividade gera “oportunidades imensas”, tanto a nível de comunicação e de intensificação do comércio, mas há espaço para mais. “Estes cabos transmitem uma mercadoria fundamental para o século XXI: dados” e Portugal tem a oportunidade para ser palco para “data centers de excelência”.
Como explica a Google, o cabo submarino Equiano baseia-se em tecnologia de multiplexação de divisão de espaço (SDM), que promete aumentar a sua capacidade na região para uma variedade de operadoras de rede e fornecedores de serviços de Internet na Europa e em África, seja para uso próprio ou para fornecer a terceiros, assim como a clientes da Google Cloud.
Bernardo Correia, Country Manager da Google Portugal, afirma que "a nova centralidade que o Equiano e que outros cabos trazem para Portugal são investimentos estruturantes". O cabo submarino Equiano é um dos vários investimentos que a gigante tecnológica tem feito em Portugal ao longo dos últimos 15 anos, tendo em vista o empenho "numa parceria transatlântica”, olhando para o país como "elo de ligação entre o continente americano e o continente europeu".
A infraestrutura de rede da Google “abrange 19 cabos, liga 32 regiões e 97 zonas” e Portugal junta-se ao conjunto, passando a ser um “elo de ligação desta malha de redes e de cabos submarinos”, explica Bernardo Correia.
O responsável destaca o papel da parceria com a Altice Portugal e com a Alcatel Submarine Networks para os serviços de desembargo e construção do cabo, realçando também o trabalho de colaboração que a Google tem vindo a desenvolver com o setor da comunicação, em sinergias que são “essenciais para uma Internet livre, aberta e democrática”.
Já Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, detalha que, com a chegada do cabo Equiano Portugal reforça a posição do país como "player no mapa de comunicações submarinas”. “A nossa localização geográfica ganha uma relevância estratégica na interligação com a Europa e o mundo”, enfatiza a responsável.
“Os cabos submarinos têm um papel não só fundamental para assegurar as comunicações intercontinentais entre operadores, mas também para receber novos operadores over-the-top e nas interligações de plataformas de edge computing e data centers”, detalha.
A responsável afirma que estes cabos “serão também importantes para obter dados para estudos oceanográficos, ambientais, geofísicos e dados preventivos em situações sísmicas”. “São infraestruturas críticas e estratégicas, onde os investimentos privados e públicos podem contribuir ativamente para colocar Portugal no mapa das comunicações globais”.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação (Última atualização: 17h35)
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