Uma bicicleta na via e um pedestre em ângulo morto foram alguns dos obstáculos com que o veículo autónomo do projeto 5G-Mobix teve de se defrontar durante a demonstração final, que decorreu na semana passada em ambiente real na ponte internacional Valença-Tui, o corredor transfronteiriço Portugal-Espanha que liga o Porto a Vigo no projeto que reúne 58 parceiros de 13 países.
A demonstração teve como objetivo apresentar o impacto das soluções que foram testadas durante os últimos quatro anos no projeto de inovação com a experimentação de vários cenários, provando que as ligações 5G garantem mais segurança, pela baixa latência e continuidade do serviço.
A iniciativa 5G-Mobix é financiada pela União Europeia no âmbito do Horizonte 2020 e a ideia é provar aos legisladores e investidores públicos e privados, o potencial do 5G para o desenvolvimento de veículos autónomos conectados, com maior eficiência na gestão de trânsito e redução de emissões de carbono.
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A iniciativa fez testes de funcionalidades e serviços em redes 5G em dois corredores transfronteiriços, em Portugal-Espanha e Grécia-Turquia, bem como em seis locais urbanos, na França, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, China e Coreia do Sul.
“Os transportes transfronteiriços contínuos e sem falhas trazem mais valias para o mercado único da UE. Contudo, ainda há falhas de conectividade entre as fronteiras,” sublinha Coen Bresser, Senior Manager de Inovação e Desenvolvimento na ERTICO-ITS Europa e coordenador do projeto 5G-MOBIX, em comunicado.
Durante o projeto foram realizados testes em diversas configurações, cenários e funcionalidades 5G, que decorreram em estradas públicas com várias condições de trânsito, coberturas de rede e exigências de serviço. Os promotores do 5G-Mobix consideraram ainda diferentes aspetos sociais, legais e de negócio em cada local de teste, avaliando os desafios das infraestruturas de comunicações entre os dois lados da fronteira Portugal-Espanha e a interoperabilidade entre os vários intervenientes, das telecomunicações à gestão das estradas e dos próprios veículos.
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A viagem que se realizou no dia 14 é a primeira de condução autónoma e conectada com 5G em ambiente real, e a demonstração pública contou com vários cenários de obstáculos que colocaram à prova a capacidade de resposta. O veículo autónomo, sem condutor, foi confrontado com uma bicicleta na via e também com a existência de um pedestre em ângulo morto.
No primeiro caso o veículo passou o controlo para o centro de controlo de tráfego, onde um técnico assumiu a condução, remotamente, usando uns óculos de realidade virtual, enquanto o pedestre foi detetado por um sensor instalado na ponte, que passou a informação à rede e ao autocarro, evitando a colisão.
“Assistimos a um momento determinante na preparação do futuro da Condução Autónoma. Tivemos oportunidade de participar em demonstrações em ambiente real e com obstáculos verdadeiros, algo nunca antes feito em Portugal. E tudo isto num corredor transfronteiriço, onde foi necessário ultrapassar vários desafios relacionados com a interligação das redes dos dois países”, afirmou Jorge Graça, Chief Technology and Information Officer da NOS.
A operadora portuguesa é uma das parceiras do projeto e a informação foi transmitida pela rede 5G da NOS, que usou tecnologia Nokia, em tempo real, enquanto o Instituto de Telecomunicações (IT) e a A-to-Be foram responsáveis pelos veículos conectados na Ponte Nova e outros parceiros tiveram um papel relevante na gestão das autoestradas e encerramento do trânsito.
Os resultados do projeto 5G-Mobix vão agora servir de base à definição de novas regulações e normas a nível europeu, para a área da mobilidade conectada e para o desenvolvimento de negócios nesta área.
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