"As questões de cibersegurança não são românticas como vemos nas séries", lembrou Paulino Corrêa, que lidera a área de redes (Chief Network Officer) da Vodafone Portugal, admitindo que depois do ataque informático que afetou a empresa em fevereiro se seguiu uma fase de recuperação e limpeza. E agradeceu o "apoio das outras operadoras" durante esse processo. O tema foi um dos pontos de destaque da sessão de Great Telco CTO no final do primeiro dia do 31º Digital Business Congress da APDC onde o atraso no 5G e a necessidade de acelerar a implementação no ecossistema também foi sublinhada pelos oradores.
Sublinhando que ninguém está 100% seguro, por muito que invista em cibersegurança, o CNO da Vodafone avisa “quem diz que está livre [de ciberataques] pode estar a enganar-se a si próprio” e que “esta é a nova realidade que temos de incorporar na forma como construímos as redes e como as operamos”.
Jorge Graça, CTO da NOS, não tem dúvidas de que um ataque simultâneo aos três operadores parava instantaneamente o país. “O sector por vezes não vê reconhecida esta importância. As redes são vetores e ataque e quem sofre são os clientes”, explica. Os danos podem ser alargados e se pensarmos no 5G, onde um ataque pode interromper uma cirurgia remota ou paralisar carros autónomos e barcos que estejam a ser carregados em portos, "pode haver danos, vidas postas em causa".
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A colaboração entre os operadores é apontada como fundamental neste tipo de situações, num espírito de entreajuda como o que aconteceu durante o ataque à Vodafone. “Temos de pensar que nesta área não somos concorrentes e temos de promover a proteção das redes para o bem do país”, afirma Paulino Corrêa.
A partilha de informação, mas também a cooperação na “limpeza” de possível malware e encaminhamento de tráfego, porque as redes estão todas interligadas, faz parte das medidas relevantes de resiliência das comunicações em cenários de ataque.
“Na cibersegurança, conseguimos interagir os três e percebemos que é para o bem comum. Esta ligação em que ser mantida, para trocar informação e partilhando experiência”, sublinhou João Teixeira, CTO da Altice Portugal que defende que este é “um objetivo muito importante”.
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O CTO da NOS concorda que é fundamental dar valor à “partilha de informação num nível não concorrencial”. “Um minuto faz a diferença” em situações críticas e é preciso desenvolver iniciativas de apoio com base nessas lições, lembra Jorge Graça, adiantando ainda que “estamos a trabalhar para fazer isso de forma conjunta”.
A cibersegurança foi também destacada por Mário Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa no encerramento do primeiro dia, que apontou a necessidade de capacitar os cidadãos e a Administração Pública nesta área.
"O sucesso da digitalização e, por inerência, da modernização do país depende ainda e muito da confiança das pessoas no Estado e na utilização dos meios digitais, que está assente numa consciencialização para os riscos e na criação de uma perceção fundamentada que nos faça sentir tão seguros na vida digital como mundo físico", sublinhou o secretário de Estado.
O SAPO e o SAPO TEK são parceiros de Media da APDC para o 31º Digital Business Congress. Acompanhe aqui todas as novidades e notícias deste evento que marca a agenda dos profissionais do sector.
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