O Brasil está a avançar no 5G e as empresas que arremataram lotes no leilão local para operar a tecnologia já estão a receber autorização para usar o espectro. Até final da semana devem assinar os termos das licenças, que vão vigorar pelos próximos 20 anos.
O plano de cobertura traçado pelo regulador define que a tecnologia deve chegar a 26 capitais brasileiras até julho do próximo ano, ainda que com obrigações de cobertura modestas no que se refere ao número de antenas que cada operador licenciado tem de instalar.
Especialistas consultados pela Globo antecipam por isso que, até que as maiores cidades do país tenham acesso a estes serviços de forma expressiva, vai ser preciso esperar entre dois a quatros anos.
As cidades com menos de 30 mil habitantes serão as últimas a receber a tecnologia o que, segundo o mesmo calendário, terá de acontecer até julho de 2029. Entre 2022 e 2029 há um plano gradual de obrigações de cobertura, que segue das cidades com mais habitantes para aquelas que têm menos gente.
O leilão no Brasil terminou no passado dia 5 de novembro e rendeu 46,7 mil milhões de reais, o equivalente a mais de 7,3 mil milhões de euros, disponibilizando espectro em quatro faixas nas frequências 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. A quantidade de espectro em leilão é cerca de seis vezes maior que aquela que existe em utilização, segundo o site Tilt, o que faz do leilão brasileiro um dos maiores do mundo.
O espectro disponível não foi exclusivamente para o 5G, também permitiu aos operadores reforçar a cobertura com 3 e 4G. Entre todas as faixas colocadas a leilão 85% foram arrematadas. Foram atribuídas licenças à Algar Telecom, Brisanet, Claro, Cloud2U, Copel Telecom, Neko Serviços de Comunicações, Sercomtel, Telefônica Brasil, TIM S.A., Unifique Telecomunicações e Winity II Telecom. Tal como aconteceu em Portugal, o leilão marca também a entrada de novos operadores no mercado: Copel, Cloud2U, Neko, Unifique e Winity, que garantiram igualmente licenças.
Para que a tecnologia possa funcionar em pleno é ainda necessário que a banda dos 3,5 GHz seja desimpedida da utilização por canais de televisão. O calendário apresentado pelo regulador das comunicações brasileiro indica que o processo estará concluído até junho do próximo ano, destaca o site Telesintese.
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