As redes 5G ainda estão a fazer o seu caminho, mas os testes para o sucessor 6G já ocupam equipas de investigação em diferentes partes do mundo. No Japão quatro empresas divulgaram os resultados de um teste que permitiu alcançar velocidades de 100 Gbps com a tecnologia.
Daqui resulta que, aquele que é apresentado como o primeiro protótipo de um dispositivo 6G, tem capacidade para fazer o download de cinco filmes em alta resolução a cada segundo. Para já, o 5G atinge velocidades de 4,9 Gbps, o que multiplica por 20 a ligação 6G testada, mas a expectativa é que o 6G possa ampliar até 500 vezes a capacidade das ligações suportadas em tecnologia 5G.
O teste foi realizado a 11 de abril, três anos depois do arranque do projeto, que está a ser realizado desde 2021. Testou uma ligação sem fios entre um transmissor e um recetor, a 100 metros de distância entre si.
Deu bons indícios para o futuro, mas também mostrou que ainda há muito trabalho a ser feito, desde logo porque a experiência foi realizada em faixas de frequências de 100 e 300 GHz, permeáveis a interferências físicas (como paredes) e de ambiente.
As empresas envolvidas no projeto são a NTT Docomo, NTT Corporation, NEC Corporation e Fujitsu Limited. A NTT desenvolveu o recetor, a Docomo criou o transmissor sem fios, a NEC monitorizou a configuração do sistema sem fios e desenvolveu uma antena de matriz com mais de 100 elementos. Já a Fujitsu trabalhou numa tecnologia de semicondutores capaz de reduzir o consumo energético para operar nas faixas de 100 e 300 GHz.
O 6G e as velocidades de ligação que poderá garantir abrirão novas partes a serviços digitais mais exigentes em termos de tráfego de dados, mas o mais provável é que a tecnologia leve ainda alguns anos até estar disponível. O 5G não só está longe do seu potencial pelo facto de as redes e serviços disponíveis ainda não chegarem a muitos utilizadores - muitos ainda não têm dispositivos compatíveis, outros não estão em zonas cobertas pela tecnologia.
A própria tecnologia 5G tem ainda margem para evoluir e os operadores precisarão de tempo para rentabilizar os investimentos avultados que estão a fazer nas suas redes para acomodar o 5G. Do ponto de vista da tecnologia (6G) é também necessário que existam soluções e equipamentos testados e fiáveis para suportar uma nova migração e esse trabalho ainda está numa fase quase embrionária.
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