Dirk Hoke, CEO da Volocopter, esteve presente no Web Summit para falar sobre o estado atual da empresa e o futuro da mobilidade aérea autónoma, conhecida como VTOL. Atualmente há mais de 300 empresas a criar estes veículos aéreos, mas segundo Dirk Hoke, o desafio é levantar voo e aterrar na vertical, uma vez que são manobras que consomem muita energia.
A empresa encontra-se atualmente a trabalhar na sexta geração do veículo, dando os passos finais para lançar a versão final no mercado. Se tudo correr como planeado, os serviços comerciais vão ser lançados em Paris, no verão de 2024. A empresa está a trabalhar com parceiros locais para definir rotas, conduzir testes de voos, assim como dar os passos necessários para educar o público para este novo meio de transporte.
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O líder da empresa salienta que Paris foi a cidade escolhida para o lançamento do serviço, em primeiro lugar porque há muito tempo que o presidente francês Emmanuel Macron se mostrou interessado em ter “use cases” da mobilidade aérea. Por outro lado, a cidade não é “amiga de helicópteros”, com inúmeras zonas de proibição de voos devido ao barulho. A Volocopter pretende ser a primeira empresa a quebrar essa barreira de poder voar em Paris, e caso o consiga, vai poder voar em qualquer outra cidade do mundo.
A Volocopter tem atualmente três modelos iniciais no seu catálogo: o Volocity é um táxi aéreo para transportar passageiros de forma silenciosa, sem emissões, entre comboios e aeroportos, em distâncias curtas. O VoloRegion é uma extensão do primeiro modelo, criado para maiores distâncias, com capacidade de um piloto e quatro passageiros, ideal para transportar pessoas para fora dos centros das cidades. Este tem a capacidade de autonomia de 100 quilómetros, atingindo velocidades máximas de 250 km/h. Por fim, o Volodrone, um modelo não tripulado, concebido para o transporte de carga, sendo ideal para servir quintas ou outro tipo de trabalhos.
Para Dirk Hoke, a empresa tem sempre a preocupação de aproveitar os heliportos já disponíveis. Como os veículos aterram e levantam voo na vertical, não necessitam de uma pista dedicada como é o caso dos aviões, podendo fazê-lo em mais locais, de forma segura e fácil. Outro aspeto a considerar é que as baterias dos veículos são amovíveis, podendo ser trocadas rapidamente e reduzir o tempo de voltar ao céu, sem a necessidade de esperar que recarregue.
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Mas o maior desafio das empresas diz sempre respeito à segurança. Nas palavras do fundador da empresa, a aviação provou durante mais de 100 anos ser o meio de transporte mais seguro. E procura o mesmo nível de segurança para os sistemas VTOL. A empresa já acumulou muitos milhares de horas de testes de voo para receber as certificações de segurança.
E deu exemplos de como possíveis problemas mecânicos não são fatais para o aparelho. Sejam os sistemas de redundância das baterias, que caso uma célula expluda esta é isolada e não se propaga às outras. Por isso, considera que o seu veículo já chegou ao ponto de testes em que é seguro começar a transportar pessoas. E por isso, 2024 poderá ser o ano em que vai receber as certificações necessárias para começar a operar a nível global, vai começar a treinar os pilotos a tempo da estreia em Paris.
O líder da tecnológica afirma que os sistemas de VTOL não pretendem substituir os meios existentes, mas sim oferecer novas opções de mobilidade, numa terceira dimensão de transportes. Mas o plano é tornar o sistema acessível a todos e ajudar a diminuir o tempo que se demora a chegar a casa depois de um dia de trabalho.
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Inicialmente os preços poderão não ser os mais acessíveis a todos, até porque vão haver poucos veículos disponíveis, supostamente numa procura maior que a oferta. E por isso, a empresa estima que o “preço acessível” passa por 10 a 15 euros por quilómetro, quando iniciar a sua oferta em Paris. Mas no final da década, acredita que os preços venham a descer para 3 ou 4 euros por quilómetro. Tudo vai depender da oferta e da procura.
As preocupações ambientais fazem parte dos planos da Volocopter, sejam os materiais usados na construção e a garantia que as linhas de montagem são neutras de carbono. A empresa espera ainda fechar parcerias com empresas que sejam capazes de otimizar a manutenção dos veículos aéreos.
O SAPO TEK mudou a redação para o Web Summit e acompanhou tudo o que se passou na conferência e nos eventos paralelos que sempre decorrem em Lisboa. A agenda era longa e com muito para descobrir dentro e fora dos palcos. Pode acompanhar tudo no nosso especial do Web Summit 2023.
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