A startup portuguesa de soluções de conversação inteligente, Visor.ai, garantiu um novo financiamento, junto de investidores, de 2,3 milhões de euros, valor que vai somar à verba assegurada recentemente pela participação no consórcio Responsible AI, de 2,1 milhões de euros.
Na operação com investidores participaram a Lince Capital, a LC Ventures (ex - Newzone Ventures ) e a M4 Ventures, criando condições para o reforço da estratégia de expansão internacional da empresa, a contratação de novos talentos para investigação e desenvolvimento e o aperfeiçoamento do produto atual.
A Visor.ai desenvolveu uma plataforma web, a partir da qual é possível criar agentes de conversação inteligente. Neste leque estão Chatbots, Voicebots ou Emailbots, soluções autónomas que as equipas de contact center das empresas e dos seus parceiros podem personalizar na totalidade. A solução tira partido de tecnologias de Machine Learning e de Processamento de Linguagem Natural.
Em declarações ao SAPO TeK, Gonçalo Consiglieri explica que uma das prioridades estratégicas da empresa para este ano está orientada para a expansão internacional “que estamos a começar com a entrada no mercado espanhol”, onde a empresa já tem uma representação física.
A empresa está igualmente a “reforçar bastante as equipas de marketing, vendas diretas e também por canal, de forma a trabalharmos cada vez melhor as parcerias comerciais, que já são responsáveis por uma parte importante da nossa faturação”, assume o co-fundador e COO. Neste momento, a Visor.ai conta com cerca de 40 colaboradores, quer crescer até aos 60 ainda durante o ano.
O responsável admite ainda que a startup portuguesa tem a ambição de posicionar-se como a “principal referência internacional em IA responsável, aplicada aos contact centers”. Neste âmbito, uma das prioridades é o trabalho realizado no consórcio Responsible AI, um dos projetos financiados pelas agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência, integrado pela Visor.ai. O consórcio, liderado pela Unbabel, garantiu um financiamento de mais de 50 milhões de euros, a Visor.ai revelou agora que 2,1 milhões de euros lhe foram atribuidos, aumentando para 4,4 milhões de euros o capital angariado recentemente.
Que impacto tem o mediatismo do ChatGPT para quem trabalha na mesma área?
Para já, os clientes da Visor.ai estão sobretudo em Portugal, embora sejam na sua maioria grandes empresas com operações internacionais. Como tal, Gonçalo Consiglieri admite que a startup tem a expectativa de poder usar esta relação local como “vantagem competitiva”, na abordagem a novas geografias.
O reforço da estratégia de expansão da Visor.ai acontece numa altura em que os chatbots estão sob todos os holofotes, graças ao ChatGPT, um acontecimento que Gonçalo Consiglieri vê como positivo, por diferentes razões.
“O hype do ChatGPT veio trazer ao conhecimento do grande público uma série de resultados até então impossíveis de imaginar e com isso abrir muito o interesse das pessoas e das empresas por este tipo de soluções”.
“Digamos que o ChatGPT fez subir as expectativas, cada vez há menos espaço para maus chatbots e isso é positivo para quem está no mercado com vontade de evoluir”, reconhece o responsável.
Para uma empresa como a Visor.ai, que está a tentar evangelizar o mercado para o valor das soluções de conversação inteligentes, Gonçalo Consiglieri não esconde que todo o mediatismo à volta do ChatGPT tem tido um impacto bastante positivo. “Para além da imagem positiva dos Chatbots, permitiu também demonstrar as mais valias do seu sistema core, o GPT-3, que já estamos a integrar na nossa plataforma, para conseguir dar ainda melhores resultados aos nossos clientes”.
As soluções da Visor.ai têm sido implementadas sobretudo por empresas do sector financeiro. A empresa revela que já entregou mais de 100 agentes de conversação inteligentes, em mais de 50 empresas. Da lista de clientes fazem parte a Generali, Millennium BCP, BNP Paribas, Fidelidade ou Zurich.
Alguns dados partilhados pela empresa mostram que, com a sua solução, uma média de oito em cada 10 interações podem ser tratadas sem intervenção humana e, como tal, de forma imediata e contínua. O tempo médio de implementação da solução é de 4 semanas e o investimento paga-se em três meses, garante a Visor.ai, fundada por Gonçalo Consiglieri, Gianluca Pereyra e Bruno Matias.
Nota da Redação: Foi feita uma alteração no 2º parágrafo. Última atualização 10/3/2023 às 15h51
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