França vai acolher um novo investimento europeu da STMicroelectronics e da GlobalFoundries, que vão montar no país uma nova fábrica de semicondutores. A unidade deve estar a produzir, a toda a capacidade, em 2026.

O investimento vai ter apoios estatais num valor não especificado, mas que estará incluído no pacote de incentivos ao investimento em França, que o presidente Emmanuel Macron deverá anunciar esta semana, no valor de 6,7 mil milhões de euros.

França, tal como a Alemanha, têm liderado os esforços europeus de recapacitação da indústria em áreas críticas como esta da produção de chips, que durante a pandemia deixou claro o impacto da elevada concentração da produção no mercado asiático. O European Chips Act flexibilizou as regras de apoio ao investimento público nesta área e definiu metas ambiciosas, de aumentar para 20% a quota global da Europa na produção de chips até 2030.

Os planos de recuperação que os diferentes países da União Europeia estão a pôr em marcha têm milhares de milhões de euros em verbas para tentar recuperar para a região a produção de semicondutores, críticos para vários indústrias, como a automóvel, que acabou por ser uma das mais penalizadas pelos constrangimentos nestas cadeias de valor.

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França e Alemanha, onde a Intel está a construir uma nova fábrica, vão conseguir captar dois investimentos de peso nesta área. No caso francês, embora nem o valor do apoio estatal, nem o do investimento total na nova fábrica da STMicro e da GlobalFoundries tenham sido revelados, fontes contactadas pela agência Reuters estimam que o projeto custará cerca de 5,7 mil milhões de dólares.

A nova fábrica vai fixar-se em Crolles e quando estiver totalmente operacional vai produzir 620 mil wafers de 18 nanómetros por ano, componentes críticos para os chips usados na indústria automóvel, ou em diferentes aplicações da Internet das Coisas.Vai permitir criar cerca de 1.000 empregos e ajudar a STMicro a aumentar receitas anuais para a casa dos 20 mil milhões de dólares, meta que a empresa já tinha revelado.

“Vamos ter mais capacidade para apoiar os nossos clientes europeus e globais, à medida que eles transitam para a digitalização e descarbonização”, refere numa declaração citada pela Reuters Jean-Marc Chery, CEO da empresa.

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Em março, também a Intel anunciou planos para investir mais de 80 mil milhões de euros na Europa em 10 anos, no âmbito do seu programa de reforço da capacidade de produção própria de semicondutores. França vai receber também parte deste investimento, porque é lá que a empresa vai fixar um novo polo europeu de investigação para o desenvolvimento de chips a 2 nanómetros. A unidade vai criar 1.000 postos de trabalho.

Na Alemanha vão nascer duas novas fábricas da Intel, cuja construção avança em 2023, com planos para que o início das operações possa ocorrer em 2027. O projeto representa um investimento de 17 mil milhões de euros, também facilitado por incentivos públicos. A gigante norte-americana prevê ainda expandir a capacidade da fábrica de Leixlip, na Irlanda, num investimento de 12 mil milhões de euros, e está em negociações com a Itália para mais uma fábrica, num investimento potencial de 4,5 mil milhões de euros, capaz de criar 1.500 postos para a Intel e mais 3.500 empregos, entre fornecedores e parceiros.

A empresa prevê ainda aumentar a capacidade do seu laboratório em Gdansk, na Polónia, e reforçar investimentos na Bélgica e na Holanda.

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