A divisão PlayStation da Sony, dedicada a consolas e videojogos, está a ser alvo de uma ação de tribunal coletiva no Reino Unido em nome dos consumidores, sendo acusada de alegadamente impor preços excessivos nos jogos e compras digitais de conteúdos, assim como aproveitamento de posição dominante no mercado.

A ação judicial, segundo a Bloomberg, foi submetida no Competition Appeal Tribunal em Londres, acusando a fabricante de impor condições injustas aos developers, obrigando-os a passar esses preços “excessivos e injustos” aos consumidores.

Alex Neil, o responsável por conduzir a ação no tribunal, refere que “a conduta relativa às compras digitais nos jogos permite a empresas como a Sony lucrarem e abusarem do seu poder porque têm uma audiência cativa”. Acrescenta ainda que a Sony sabe que os seus clientes estão viciados uma vez que se tornam parte do mundo PlayStation, acusando a fabricante de explorá-los com preços exuberantes em cada compra digital.

Os juízes do tribunal vão avaliar a ação coletiva submetida (Opt-out), antes desta seguir o processo do julgamento. No caso de ser certificada, esta irá abranger cerca de 8,9 milhões de clientes da PlayStation, com um pedido de 5 mil milhões de libras (5,92 mil milhões de euros) em indemnizações. A Bloomberg diz que todos os consumidores do Reino Unido que compraram jogos digitais ou conteúdos adicionais nas suas consolas ou através da loja PlayStation, desde agosto de 2016, estão incluídos nesta ação judicial coletiva.

Este formato de ação coletiva, denominada de Opt-out, baseia-se no sistema dos Estados Unidos, em que uma pessoa que seja uma vítima impactada no processo não precisa de conhecer o caso para estar incluída e beneficiar do mesmo. Desde que foi implementado em 2015 no Reino Unido, nenhuma ação deste género conseguiu avançar para o tribunal nos primeiros cinco anos, mas em 2021 quatro receberam a confirmação dos juízes para continuar para julgamento. E é referido que atualmente o tribunal conta com nove destas ações certificadas em decurso, esperando-se mais nos próximos meses.