A Salesforce acredita que continua a ter grandes oportunidades de crescimento no mercado português. A multinacional norte-americana tem uma presença direta em Portugal há três anos e uma quota forte entre as maiores empresas do país, mas como admite Fernando Braz, country manager, a margem para crescer no segmento abaixo das maiores organizações é grande e há muito para fazer em termos de digitalização. “Temos um mercado com grande potencial para endereçar” ainda, referiu o responsável esta segunda-feira num encontro com a imprensa, acrescentando que a “economia digital ainda tem muito caminho a fazer” em Portugal.
Entre os projetos já realizados, a empresa mostra alguns dos resultados mais emblemáticos no evento anual com parceiros e clientes, que decorre em Lisboa esta terça-feira, 21 de maio. O World Tour vai reunir mais de 1.000 profissionais e mostrar inovações na tecnologia da Salesforce e casos de uso em clientes como a Galp, Ascendi, Ascendum, Cryopdp.
A inteligência artificial vai estar no centro do evento e está também no centro dos desenvolvimentos que a Salesforce tem acrescentado à sua plataforma de CRM nos últimos meses, para ajudar os clientes a terem mais e melhor informação sobre os clientes, em tempo real e com recurso a mais fontes internas de informação.
Fernando Braz lembrou que a confiança e a qualidade dos dados continuam a ser os grandes temas da IA e no mundo empresarial esses dois tópicos têm de ser prioritários nos desenvolvimentos dos fornecedores, para que os clientes consigam retirar potencial da tecnologia, em segurança e de forma fiável.
A oferta de IA da Salesforce bebe das capacidades da Plataforma Einstein 1, uma evolução da plataforma Customer 360, que no passado suportou toda a evolução da oferta da Salesforce para acomodar capacidades preditivas. É recorrendo ao Einstein 1 que é feita a gestão de dados, a implementação de IA e automações em escala nas aplicações que fazem parte do universo Salesforce, onde cabem as áreas de vendas, marketing, comércio, serviços e soluções verticais para diversas áreas.
No Data Cloud, as empresas conseguem ligar os seus dados e usá-los para potenciar o Einstein e trazer mais inputs para enriquecer cada ação, ou resultado, de forma segura. Uma das componentes a trabalhar para isso é a Einstein Trust Layer, que assegura que os dados usados não revelam informações confidenciais nem são retidos, podendo mais tarde influenciar os resultados de futuras ações. Mais recentemente juntou-se à oferta o Einstein Copilot – um assistente conversacional baseado em IA generativa, que segue a mesma lógica de potenciar resultados na utilização da plataforma Salesforce, de forma transversal.
Segundo dados apurados pelo State of Service, um estudo da Salesforce realizado a mais de 5.500 profissionais de serviços em 30 países, Portugal incluído, 72% das empresas já começaram, ou estão a ponderar, dar os primeiros passos na utilização de Inteligência Artificial e a maioria (81%) já tem planos de investimento para este ano.
As três principais áreas de aplicação de IA em Portugal destacadas pelas empresas são a Automação de sumários e relatórios, Assistentes Inteligentes de Contacto com o Cliente e Recomendações e Ofertas Inteligentes. Para tirar o melhor partido destes investimentos a qualidade dos dados é fundamental. O mesmo estudo mostra que 78% das empresas de serviços em Portugal estão a aumentar investimentos na integração de dados este ano.
O marketing digital é uma das áreas onde os investimentos em experiência do cliente mais tem crescido nos últimos anos. Outro estudo da Salesforce (State of the Marketing) revela que em Portugal 72% dos profissionais de marketing já estão a experimentar, ou já implementaram totalmente, IA nos seus fluxos de trabalho. Os três casos de uso de IA mais populares entre os profissionais de marketing em Portugal serão a personalização da jornada do cliente em todos os canais; automatizar as interações com o cliente e obter análises de desempenho.
Fernando Braz diz que a transição política para um novo governo não influenciou o ritmo de investimento no mercado português, nas áreas onde a Salesforce atua. Quando existe uma barreira ao investimento nestas áreas, continua a estar sobretudo ligada à capacidade de avaliar o retorno e o real impacto da tecnologia nos processos impactados.
Os atrasos nos programas de apoio público à digitalização das empresas também não se estão a refletir nas decisões de investimento, provavelmente por serem pouco expressivos, admitiu o responsável. O sector público é um dos domínios onde a Salesforce admite que gostaria de ter mais presença em Portugal - atualmente terá cerca de uma dezena de clientes no Estado. A complexidade e duração dos processos de aquisição não têm facilitado um maior empenho na tarefa.
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