
Depois da aceleração de contratações nos anos pós pandemia de COVID-19, em que as empresas recrutaram verdadeiros "exércitos" de programadores, os dados de 2025 mostram uma consolidação nestas áreas e uma maior cautela e procura de estabilidade também por parte dos profissionais, com ritmos de mudança de emprego mais reduzidos. O estudo da Tech Talent Trends Report da Landing.jobs inclui dados para Portugal sobre as tendências observadas em 2024 mas também sobre as perspectivas para os próximos meses.
A Landing.jobs tem feito a análise das tendências no mercado de trabalho e o relatório para Portugal mostra que há boas e más notícias para o sector das tecnologias de informação, revelando que depois de dois anos de declínio os salários voltaram a crescer, com mais 14,4%. Nota-se ainda uma redução da diferença salarial entre homens e mulheres, que cai de 36% para 29,4%.
De acordo com os dados a que o TEK teve acesso, 50% dos trabalhadores de TI em Portugal trabalham em modo remoto, 44% em modo híbrido e apenas 6% em modo presencial, mas o remoto total é mais comum nos freelancers do que em quem trabalha a contrato. Apesar dos sinais, parece longe o cenário do regresso ao escritório em modo presencial permanente.
A Landing.jobs refere também que esta é uma área com uma força de trabalho mais madura, com profissionais com 6 a 9 anos de experiência, ou mais de 9 anos, a representarem mais de 75% de todos os que responderam ao inquérito, com os "júniores" terem uma redução de representatividade. A experiência é naturalmente maior entre os cargos de gestão e os CTO, sendo os developers de blockchain e Web 3 os que têm menos anos de trabalho na área.

Em termos de linguagens de programação, o SQL, Javascript e Python, assim como o HTML e CSS estão no topo da lista das mais usadas e este ano o React ultrapassou o .NET como framework mais utilizada. Curiosamente os programadores mais bem pagos são fluentes em Elixir, Go e Ruby, aplicando-se a regra da valorização dos nichos de mercado, e da escassez de talento obrigar a subir salários.
À procura de estabilidade ou de carreiras internacionais?
Uma das áreas mais interessantes do estudo que é patrocinado pela Vizrt está relacionada com a adesão a trabalho remoto e híbrido, mas também com a relação com as empresas e a localização do empregador. O número de profissionais de TI não portugueses continua a aumentar, mas a uma taxa reduzida (1,9%) , representando 17,6% de toda a força de trabalho a área, sendo que 10,1% são brasileiros, maioritariamente concentrados na área metropolitana do Porto ou no norte do país.
Ao mesmo tempo o número de pessoas a trabalhar remotamente para empresas fora do país cresceu de 16% em 2024 para 18,6% em 2025, mas mesmo assim abaixo do valor registado em 2023, onde se fixava nos 22,6%.
"A concorrência pelo talento é feroz e as empresas precisam de repensar as suas estratégias de recrutamento estratégias, abraçando a globalização do trabalho tecnológico. Pode ser uma questão de vida e morte para algumas empresas", refere o relatório.
Os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha continuam no top 3 dos principais recrutadores de profissionais de TI que se vivem em Portugal mas trabalham para fora, enquanto as principais motivações estão ligadas ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e o salário e benefícios.
De notar ainda a abertura para trabalhar fora do país, que se mantém abaixo dos 50%, apesar de ser mais elevada para relocalização dentro da Europa (27,6%) e só 24,4% admitirem mudar-se para outro continente. Melhores salários e qualidade de vida são os motivos mais referidos para justificar a possível mudança.
Quais são os salários mais altos e o que procuram os profissionais de TI?
O estudo indica que há uma diferença significativa entre os principais motivos para mudar de carreira entre as mulheres e os homens, sendo as primeiras mais motivadas pela flexibilidade de horários e uma relação com a cultura da empresa enquanto os homens procuram mais desafios tecnológicos e o valor do salário.
A maior estabilidade na carreira já tinha sido referida e a mudança acontece agora em média a cada 3,8 anos, em vez de 3,5 como registado em 2024. De notar ainda que os profissionais com família e filhos mudam menos de empresa.

Ao nível dos benefícios associados ao salário a saúde continua em destaque, com as férias pagas e a possibilidade de trabalho remoto no topo das preferências, assim como os bónus anuais.
Depois de alguns ajustes após a pandemia de COVID-19, em que os salários aumentaram 36,6% (números de 2022), as empresas fizeram ajustes nos anos seguintes o que provocou uma estabilização. Agora a Landing.jobs diz que os valores voltaram a crescer, com uma subida de 14,4%, com o salário bruto médio a fixar-se nos 53.189 euros.
Lisboa é a cidade com o nível médio de salários mais elevado, 56.125 euros por ano, apesar da redução da diferença em relação a outras zonas do país. Quanto mais elevado é o nível da formação mais alto é o salário, e os doutorados estão a ver amentos de salários, embora seja entre os mestrandos que a média mais crescer, subindo para 59.960 euros brutos.
Quando à diferença salarial entre homens e mulheres, o estudo aponta para uma redução, uma boa notícia para o mercado.

E quais são as empresas que oferecem melhores salários? Foi nas startups que o nível salarial mais cresceu, chegando em média aos 68.393 euros, enquanto as scale ups tiveram uma redução média de 4,9%. O pior resultado está nas pequenas e médias empresas e o outsourcing de TI local, com aumentos de salário de 6,7 e 0,2%, respetivamente.
Se olharmos para as funções mais bem pagas, são os Solution Architects, DevOps engineers e Computer & Networks Security que estão entre os mais bem pagos, com o crescimento dos programadores de mobile.

O estudo decorreu entre dezembro de 2024 e março de 2025 e contou com respostas de profissionais em 70 países. Para Portugal foram consideradas 1.516 respostas para reunir os dados do relatório.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais dados. Última atualização 19h42
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