Ainda de manhã se fez um balanço sobre os anúncios de despedimentos feitos pelas empresas tecnológicas. Só este ano, foram anunciados 42 mil despedimentos no sector tecnológico. No gaming, o cenário não é diferente e nem os gigantes conseguem manter o excesso de funcionários que têm atualmente. No final de janeiro a Microsoft tinha revelado que a sua divisão de gaming ia despedir 1.900 trabalhadores, incluindo a Xbox e Activision Blizzard. Hoje foi a vez da Sony confirmar despedimentos na PlayStation. A Riot Games de League of Legends também despediu 530 colaboradores, 11% da sua força de trabalho. 

Microsoft despede 1.900 trabalhadores da divisão Xbox e Activision Blizzard
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No comunicado, a Sony diz que tomou a decisão difícil de anunciar o plano de redução de empregados a nível global em 8%, significando o despedimento de 900 pessoas. Todos as áreas da PlayStation foram afetadas, incluindo os estúdios de produção interna, como a Insomniac Games de Marvel’s Spider-Man e a Naughty Dog de The Last of Us. O estúdio mais afetado foi a PlayStation London Studio que fechou por completo.

Esta parece ser uma consequência direta da mais recente apresentação de contas da Sony, que reportou uma quebra de 10% dos lucros para 4,8 mil milhões de euros, entre os meses de abril e dezembro de 2023. Ainda assim, o volume de negócios da área de videojogos, que representa 30% das vendas totais do grupo, cresceu 23,3%, principalmente devido aos jogos para a consola PlayStation 5. Ainda assim, a venda de consolas no Natal ficou aquém das expetativas, levando a encurtar as previsões para o resto do ano fiscal, prejudicando o seu valor no mercado bolsista.

Tecnológicas já anunciaram mais de 42 mil despedimentos este ano com Farfetch em destaque
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Recentemente, o líder temporário da divisão PlayStation, Hiroki Totoki, que está a fazer a transição da liderança com a saída de Jim Ryan em março, fez uma ronda de visitas aos estúdios internos, onde alertou que os orçamentos e o tempo de produção teriam de ser geridos com maior eficácia. Um “puxão de orelhas” juntamente com os elogios do talento interno.

Outros estúdios afetados foram a Guerrilla Games da série Horizon, que juntamente com a Insomniac e a Naughty Dog são os estúdios com as séries mais importantes da PlayStation, responsáveis pela venda de milhares de cópias. O estúdio Firesprite também perdeu parte do seu talento. Os despedimentos afetaram as equipas de tecnologia, criativas e de suporte ao cliente.

O encerramento do London Studio deu origem ao cancelamento de um jogo multijogador cooperativo para a PlayStation 5 que estava em desenvolvimento. O líder da PlayStation Studios, Hermen Hulst, afirmou que depois da direção avaliar o portfólio de títulos que estavam em produção, em diferentes etapas, acabou por cancelar alguns deles, ainda que não tenha revelado quais. É ainda apontado que o jogo live service baseado na série Twisted Metal, em produção na Firesprite, foi também cancelado.

Numa outra nota, Hermen Hulst disse que o cancelamento dos jogos não são um reflexo do talento e paixão das equipas. Afirma que a filosofia da PlayStation se mantém na experimentação criativa, em que por vezes grandes ideias não se tornam grandes jogos. Por outro lado, o líder dos estúdios internos diz que vai ser reavaliado a abordagem aos jogos com elevados custos de produção para experiências a solo, criando um maior equilíbrio no investimento em jogos multijogador. Um exemplo recente é Helldivers II, uma aposta da PlayStation num jogo "game as a service" que tem sido um verdadeiro sucesso de vendas e jogadores em simultâneo, que até tem causado transtornos aos servidores.