As startups gastam cada vez mais e de forma cada vez mais diversificadas em plataformas de inteligência artificial para impulsionar os seus negócios, mostra uma pesquisa conduzida pela sociedade de capital de risco Andreessen Horowitz, a partir dos dados de transações financeiras na rede Mercury.

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O estudo lista as 50 empresas/plataformas de IA que somam mais gastos realizados por este tipo de empresas e mostra que as opções estão longe de ficar pelos suspeitos prováveis, como a OpenAI ou a Anthropic, cujas tecnologias, sem grande surpresa, aparecem nas duas primeiras posições da lista.

Os investimentos verticais, como classifica a análise, também são cada vez maiores e mostram que um universo de novas empresas estão a conseguir acelerar os seus negócios com IA desde o primeiro momento. Destacam-se, por exemplo, os gastos com soluções de produtividade, que ajudam as equipas a trabalhar mais e melhor, como copilots ou ferramentas para anotações, entre outros tipos de apoio para melhorar o trabalho humano e não para o substituir.

Nesta divisão entre apps horizontais e verticais - que podem ser usadas para uma variedade de fins, ou que estão mais direcionadas a tarefas/funções específicas -, o estudo mostra que dominam as primeiras (60%). Ainda assim, 40% das apps na lista das 50 com IA que geram mais gastos em startups, são verticais, como especial destaque para as ferramentas de apoio a vendas, serviço ao cliente ou recrutamento.

Top das apps onde as startups mais gastam
Top das apps onde as startups mais gastam créditos: Andreessen Horowitz

Os mesmos dados revelam que há uma aposta crescente em ferramentas de IA com capacidade para desenvolver código, a partir de comandos em linguagem natural dados pelo utilizador. Isso mostra a terceira plataforma a gerar mais gastos, a Replit.

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As aplicações para apoiar programação e tarefas criativas são consideradas nesta pesquisa já app horizontais, tal é o âmbito da sua utilização hoje em dia nas empresas que mais tiram partido delas. “Anteriormente, estas seriam do domínio de funções específicas: os departamentos de marketing ou design utilizariam ferramentas criativas, enquanto as equipas de engenharia seriam atraídas pela programação”, refere a nota que divulga os resultados. “A IA trouxe aplicações para estas categorias que podem ser (e são) utilizadas por pessoas em qualquer função. Estamos a observar isto em algumas categorias, onde ferramentas tipicamente específicas de um domínio estão a tornar-se mais horizontais”.

Curiosamente, o estudo também aponta que muitas empresas direcionam parte dos seus investimentos em apps com IA para ferramentas menos orientadas para tarefas profissionais e altamente populares entre os consumidores finais, como CapCut ou Midjourney. Isto é visto como influência pessoal de empreendedores e colaboradores, que usam estas apps na sua vida pessoal e trouxeram esse know-how e experiência para o contexto empresarial.

Na base de dados que serviu de referência para este estudo, a Mercure tem dados de 200 mil empresas clientes. Foram analisados padrões de transações entre junho e agosto deste ano.

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