Os pagamentos eletrónicos estão a tornar-se cada vez mais ubíquos e o Web Summit não ficou indiferente à tendência. Através de uma parceria com a SIBS, a edição de 2019 da conferência permite aos seus participantes utilizar o seu cartão de débito ou crédito e aplicações móveis à semelhança do MB Way para em todo o recinto.
Mas poderá mesmo deixar as notas e as moedas para trás no evento? O SAPO TEK decidiu investigar e foi percorrer os pavilhões da FIL e as zonas de restauração para saber se o evento já é 100% cashless.
A verdade é que, se por acaso se tiver esquecido do seu cartão em casa ou, então, se não for adepto das aplicações móveis e só tiver consigo dinheiro no seu estado físico poderá ainda utilizá-lo, por exemplo, para pagar o seu almoço. Vários colaboradores da zona de restauração garantiram ao SAPO TEK que quer os meios digitais, quer os tradicionais são aceites.
O interior dos pavilhões da FIL é mais cashless do que o seu exterior, embora não sejam muitas as startups que têm produtos para venda. Uma das exceções é, por exemplo, o stand da Lush, a marca de produtos de cosmética e higiene naturais, o qual aceitava apenas pagamentos digitais.
Estarão os projetos tecnologicamente disruptivos das fintech a pôr um fim aos meios de pagamento tradicionais e às instituições bancárias tal como as conhecemos? Para abrir o espaço para o debate acerca da atual transformação na área das finanças, o Web Summit reuniu no palco central Nikolay Storonsky, da Revolut, Zach Perret, da Plaid e Anne Boden, do Starling Bank.
Para Zach Perret, a “morte” dos meios tradicionais não está iminente. Embora exista uma mudança em curso, assim como uma maior adesão por parte do público aos serviços das novas startups na área das finanças, “estamos longe de uma conversão total", indica o CEO e fundador da Plaid.
De acordo com Anne Boden, será cada vez mais comum vermos bancos tradicionais a adotar estratégias utilizadas por fintechs. No entanto, a CEO do Starling Bank afirma que essa "mudança de sistema" não será totalmente bem-sucedida. As instituições bancárias "não conseguem «mover-se» tão depressa" quanto uma startup, devido não só à sua vasta carga burocrática, mas também aos princípios que estão na sua base, os quais não conseguem garantir a melhoria das vidas financeiras do público.
Neste panorama, "é preciso ser independente para ter sucesso", indica Nikolay Storonsky. "É impossível oferecer qualquer serviço oferecido por uma Fintech num sistema bancário tradicional", acrescenta. Segundo o fundador da Revolut, para já, no contexto europeu, o Reino Unido é o país onde as startups na área das finanças conseguem verdadeiramente singrar. Contudo, tal como afirma Anne Boden, ainda há muito caminho por trilhar, pois "ainda estamos atrasados em relação a outras partes do mundo".
O Web Summit visto pelo SAPO TEK
O SAPO TEK acompanhou o Web Summit, destacando, para além das notícias de antecipação, os temas e as tendências mais relevantes.
Veja a galeria de imagens que fomos recolhendo no nosso Diário do Web Summit.
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